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A queda: Em coletiva, Nelson Granciéri afirma que acusações contra ele são armações política

04 de outubro de 2011 - 14:51

Em coletiva realizada ontem pela Prefeitura de Marília, o secretário da Fazenda e Chefe de Gabinete do município que teve seu afastamento dos cargos decretado na última sexta-feira (30), Nelson Virgílio Granciéri, anunciou que se afastará da administração assim que for notificado pela Justiça. Ele afirmou, ainda, que irá recorrer da decisão.

De acordo com a imprensa local, Granciéri teria se defendido afirmando que não deve nada a ninguém e que só quer seu direito à defesa. O secretário disse acreditar que as acusações contra ele não passam de armação de grupo político adversário.

Segundo o jornal Diário de Marília, Granciéri tentou desqualificar a atuação da promotora de justiça Rita de Cássia Bergamo, autora da ação que pediu seu afastamento, alegando que não foi ouvido durante o inquérito.

Na coletiva, Nelson não rebateu pontualmente nenhuma denúncia.

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Estiveram presentes na ocasião para apoiar o acusado de improbidade, o prefeito Mário Bulgareli; o secretário de Obras Públicas, Antonio Carlos Nasraui; a secretária da Educação, Rosani Puia de Souza; o secretário da Assistência Social, Clóvis de Melo; o secretário de Assuntos Estratégicos, Ronaldo Medeiros; e os vereadores Herval Rosa Seabra, Donizeti Alves e o presidente da Câmara, Yoshio Takaoka.

De acordo com o Jornal da Manhã, Yoshio teria declarado que a Câmara está estarrecida com a decisão e oferece todo apoio a Granciéri.

Além disso, o prefeito teria afirmado que o secretário continua sendo o homem de confiança da administração.

Segundo o jornal Diário, o único que teria se manifestado contrariamente ao clima de consolo e bajulação que tomou a coletiva teria sido o presidente do PC do B de Marília, André Gomes, que teria afirmado que não estava lá para apoiar ninguém, apenas para ouvir o que o secretário tinha a dizer.

ENTENDA O CASO

A liminar que determinou o afastamento de Granciéri de seus cargos foi obtida em ação civil pública por improbidade administrativa movida contra o secretário e seu assessor de gabinete, André Felizário Jaciento.

Os dois são acusados de cobrarem propina de 10% fornecedores da Prefeitura para a liberação de pagamentos.

Uma testemunha confirmou ter dado R$ 10 mil em dinheiro nas mãos de André que, segundo a ação, fazia as cobranças em nome do secretário.

Como parte do pagamento da propina exigida por Grancieri, a empresa responsável pela denúncia depositou R$ 14.250,00 na conta bancária dele, além de quitar seus débitos pessoais. A empresa pagou, por exemplo, dois boletos de cartão de crédito da esposa de Grancieri, nos valores de R$ 4 mil e de R$ 1.244,98, além de um boleto no valor de R$ 685,00, emitido por uma loja de material de construção. O cálculo é de que o secretário recebeu indevidamente o total de R$ 75.890,22.

"Nelson,ao exigir dos representantes da empresa contratada pela Prefeitura valores indevidos, sob pena de não liberar o pagamento a que faziam jus, violou o princípio da probidade, legalidade e moralidade", diz a ação.

A Promotoria pediu o afastamento liminar de Nelson Grancieri das funções públicas, para evitar possível dano à instrução processual, o que foi deferido pelo juiz Valdeci Mendes de Oliveira. A ação também pede a condenação Grancieri e de André Jaciento à perda da função pública, à devolução do dinheiro obtido ilicitamente, à cassação dos direitos políticos e à proibição de contratar com o poder público ou dele receber benefícios.

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