Notícias

Busca

MATRA

Agenda pós-eleitoral

25 de outubro de 2010 - 00:00

Passado o calor da campanha e independente de quem ganhar, teremos que enfrentar alguns problemas inadiáveis, que não são, nem de longe discutidos nas eleições como deveriam ser.


Nessas eleições fomos atropelados pela descriminalização do aborto, que deverá isso sim, ser discutido pelo congresso, onde sentam pessoas de todas as correntes de opinião e religião, e demos um espaço desproporcional a fundamentalistas religiosos, que nem de longe representam a média do pensamento da sociedade brasileira.


Os grandes problemas ficaram de fora da agenda.

É inadiável a reforma política. Assim como o Cláudio Abramo, são muitos os que acreditam que a qualidade do legislativo esteja decrescendo e via de regra se culpa os eleitores por isso. Esses são na verdade, as vítimas. As duas medidas corretivas mais lembradas são a proibição do financiamento privado das campanhas e a implantação do voto distrital. Financiar eleições exclusivamente com recurso público trás como conseqüência o voto em lista, aquele que o eleitor passaria a votar numa lista de candidatos definidas por partidos.


Muitos afirmam que o voto já é distritalizado na forma de redutos eleitorais e que o problema é o que fazer para levar ao eleitor a informação correta. Para votar direito o eleitor precisa da informação correta, mas isso não está presente para a vasta maioria do eleitorado, por responsabilidade de uma imprensa que é dominada pelos mesmos interesses de quem controla a política.


O que fazer com os recursos do Pré-sal, que bem aplicados alavancariam o desenvolvimento do país. Como e onde investi-los?


Como financiar o SUS, que desde a não renovação da CPMF, perdeu 40 bilhões de reais e vem sendo financiado pelo salário dos profissionais da saúde?


Como implementar mais rapidamente para o filho do pobre, uma educação disponível atualmente para os outros seguimentos sociais, que usufruem de boa educação privada no fundamental e ótimas Universidades Públicas?


Como distribuir a riqueza do país, trazendo mais rapidamente os pobres para o consumo mínimo inadiável?


Essa é a meu juízo, a agenda que deveria ter sido discutida, com os faróis voltados para frente, não na nuca, no que já foi realizado. Avançamos muito nos últimos anos, e muito temos a avançar.


Para problemas dessa magnitude a semana vai ser curta demais.

Comentários

Mais vistos