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Aluno mariliense ganha prêmio da UNESCO

22 de novembro de 2010 - 00:00

Um jovem mariliense, tímido, que sonha em ser juiz, foi o primeiro colocado na categoria trabalho escrito do concurso da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, da sigla em inglês) que comemora o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento (10 de dezembro).

Na premiação, que ocorreu no dia 9 de dezembro, em Brasília, Renato de Oliveira Pereira, 16, estudante da Escola Estadual Professor Antônio de Baptista, superou 701 obras inscritas por estudantes do ensino médio, de escolas públicas e particulares, de 23 estados e do Distrito Federal. Renato recebeu o prêmio das mãos do representante da UNESCO no Brasil, Vincent Defourny.

O responsável pela orientação do garoto nesse trabalho, intitulado “Biodiversidade: Uma questão além dos limites teóricos”, foi o professor de geografia, Mário Teruya.

“Fiquei sabendo do concurso no começo do ano pelo professor Mário. Em abril, quando divulgaram o tema deste ano, biodiversidade, nós começamos a pesquisar e eu fui desenvolvendo o trabalho, anotando as partes mais interessantes para eu usar no texto final, no qual tentei unir a teoria e a prática”, conta Renato.

Como prêmio do concurso, os três primeiros colocados, nas duas categorias (trabalho escrito e desenho), e seus professores, ganharam uma viagem, com todas as despesas pagas, para conhecer instituições de ensino e pesquisa no Brasil. Além disso, os dez primeiros classificados têm seus trabalhos publicados em um livro editado pela UNESCO. Para acessar o conteúdo do livro, clique aqui.

Além desse prêmio, este ano Renato foi vencedor de outros concursos: levou o primeiro lugar no concurso de redação promovido pela CGU (Controladoria-Geral da União), com o tema “Olho vivo no dinheiro público”, e foi considerado o melhor delegado, representando os Estados Unidos Mexicano, no II Fórum de Discussão Estudantil, promovido pelo curso de Relações Internacionais da Unesp de Marília, que simula uma reunião da OAE (Organização dos Estados Americanos).

Trilhando um novo caminho para educação

Para o professo Mário, Renato é um aluno diferenciado. “Ele lê muito, desde os dez anos lê filosofia, tem uma base teórica acima da média. Faz mais de 20 anos que eu dou aula, e já vi muito aluno bom, mas como o Renato é difícil de achar, porque ele é um aluno que não lê só o conteúdo que a escola dá, não lê só os best-sellers do momento, lê filosofia clássica e moderna, tem uma visão de mundo baseada em conhecimento teórico, ao contrário da maioria que é mais senso comum”, relata Mário.

O professor diz ainda que acredita que esses prêmios conquistados por Renato podem estimular outros jovens a seguirem o mesmo caminho. De acordo com Mário, o sucesso de Renato aumentou a auto-estima de todos os alunos da escola, que agra acreditam ser possível vencer premiações como essas.

Para Renato, todo mundo deveria aproveitar essas oportunidade. “Não só pelo prêmio que você pode ganhar, mas pelas coisas que você aprende. Eu aprendi coisas sobre Darwin que se eu não tivesse feito esse trabalho eu aprenderia um bom tempo depois. Além disso, desenvolvi minha capacidade de escrita e aprendi como pesquisar”, explica o jovem.

O professor Mário lembra que todo jovem deseja se destacar, seja pela inteligência ou pelo poder que o crime aparenta oferecer. “Para evitar que nossos jovens se percam, é preciso valorizar o talento, sem descriminar os demais. Nas escolas do estado, o talento entra na geléia geral do ensino e fica igual aos outros. Todo mundo quer ser reconhecido, sem reconhecimento o aluno perde o estímulo. Temos que valorizar o talento para que ele seja referência”, explica Mário.
 

 

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