Notícias

Busca

MATRA

Alunos aprendem sobre compra e venda de votos com projeto do MPF

10 de agosto de 2010 - 00:00

A abertura do projeto Turminha do MPF nas Eleições foi realizada nesta segunda-feira e mostrou que crianças e adolescentes podem se tornar eleitores mais críticos

 
Cerca de 120 alunos do Colégio Monteiro Lobato, em Brasília, pararam as aulas, na segunda-feira, 9 de agosto, para ouvir e falar sobre corrupção eleitoral, compra e venda de votos. O assunto sério não incomodou: rostos atentos e curiosos do início logo se traduziram em palavras e muita participação. Com idades entre 8 e 14 anos, eles se mostraram interessados em aprender cada vez mais e podem traduzir futuros eleitores mais críticos, como era a intenção do Minitério Público Federal (MPF) ao criar o projeto voltado para crianças e adolescentes.
 
A ação educativa faz parte da campanha eleitoral pelo voto consciente lançada para esclarecer a população que comprar e vender voto é crime. Um material foi desenvolvido especialmente para o público infanto-juvenil. Na dinâmica conduzida por servidoras da Procuradoria Geral da República, as crianças conheceram o trabalho do MPF e a atuação específica envolvendo as eleições. “Só os maiores de 16 anos votam, mas podemos ir conversando para, quando chegar a vez de vocês, já saberem como fazer”, disse Ana Karine Bittencourt, servidora do MPF.
 
Ela explicou que a intenção é também ajudar os pais na hora de escolher o melhor candidato nas urnas. Com apenas 10 anos, Gabriela Sousa já mostrou familiaridade com o assunto, levantando a mão para responder a pergunta sobre o que é o voto. “É a chance de você se manifestar”, garantiu. Outras crianças lembraram episódios envolvendo política como o da saída de José Roberto Arruda do governo do Distrito Federal e do dinheiro escondido na meia.
 
A apresentação mostrou os dois vídeos que estão sendo veiculados na campanha eleitoral do Ministério Público Federal. Depois, todos discutiram o significado de cada um deles no sentido de que, quando o eleitor troca o voto por um favor pessoal, elege um candidato corrupto e prejudica milhões de brasileiros, inclusive sua família. Dentro da dinâmica, houve a representação de cidadãos que recebem propostas para votar em troca de um emprego melhor, de uniforme e material escolar e até mesmo de um lugar para atendimento mais rápido em hospital público.
 
Surgiram perguntas como “o cidadão pode denunciar se o político fizer uma proposta dessas?”, dando oportunidade para explicar como as pessoas podem fazer denúncias ao Ministério Público, que depois serão analisadas pela Justiça Eleitoral e podem levar à condenação dos responsáveis. Lucas Espíndola, de 10 anos, também quis saber se é crime votar na pessoa que comprou o voto e depois denunciar. Ao final, ele mostrou o que aprendeu: “Aí os dois são punidos”.
 
De acordo com a coordenadora pedagógica do colégio, Adriana Perez, o projeto do MPF fortaleceu um trabalho de desenvolvimento de ética e cidadania que a escola já vem fazendo. “Nós acreditamos que os bons eleitores são esses que estão aprendendo a refletir, a pensar, a assistir ao horário eleitoral, a conhecer o candidato; esses são os eleitores do futuro, que vão mudar o país”, declarou. Ela disse também que de cada turma vai sair um projeto sobre corrupção propondo soluções para ser apresentado ao Ministério Público.
 
Ao final, as servidoras do MPF explicaram que a ideia é que os alunos continuem o debate em sala de aula, com o material pedagógico entregue aos professores. Eles também foram convidados a procurar mais informações no
siteda Turminha do MPF. A visita também possibilitou que um representante do Tribunal Regional Eleitoral do DF mostrasse como funcionam as urnas eletrônicas, nas quais os alunos puderam votar em uma simulação.
 
A coordenadora de comunicação institucional da PGR, Adriana Conti, avaliou bem a abertura do projeto. “Achei que a recepção dos alunos foi ótima, mostrou que eles estão ligados no assunto, dispostos a debater, e inclusive conseguem concluir quais as consequências dos pais ou familiares venderem ou negociarem o voto”, afirmou. Outras duas ações educativas estão programadas para escolas das cidades satélites do Gama e Ceilândia.
 
Fonte: MPF

Comentários

Mais vistos