Apenas 35 deputados federais foram eleitos somente com seus votos
Dos 513 deputados estaduais que irão exercer seus mandatos na Câmara em 2011, somente 35 foram eleitos apenas com seus votos, o restante (478) conseguiram seus lugares sendo puxados pelos votos de seus partido, é o que mostra um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
As regras de votação para vereadores, deputados estaduais e federais no Brasil permitem que alguns parlamentares, mesmo recebendo um grande número de votos, não ocupem os cargos, enquanto outros entram em seus lugares devido ao coeficiente eleitoral.
Os deputados mais votados do País, Tiririca (PR-SP), com 1,35 milhão de votos, e Anthony Garotinho (PR-RJ), com 635 mil, conseguiram puxar uma dezena de colegas de partido que não conseguiram tantos votos, ou seja, que não foram considerados os melhores para ocupar uma cadeira no Congresso.
De Roraima, estado com o menor eleitorado do Brasil, saíram os deputados eleitos com menor número de votos, Chico das Verduras (PRP), que conseguiu a vaga com apenas 5.873 votos, e Raul Lima (PP-RR), que teve 8.331.
Mas, para alguém chegar ao Congresso com tão poucos votos, é preciso que alguém que tenha recebido maior apoio nas urnas fique de fora. De acordo com a coluna “Vox publica”, do especialista em pesquisas e estatísticas José Roberto de Toledo, a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) ela foi a parlamentar não-eleita que obteve mais votos no Brasil, foram 129 mil votos. De acordo com Toledo, pelas regras do sistema proporcional, a deputada precisaria de 193.126 votos para continuar seu mandato em 2011.
Para a MATRA, esses dados só demonstram que é preciso repensar o modo como fazemos política hoje. É preciso que se analise seriamente a possibilidade de se fazer uma reforma política de verdade no Brasil.