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“Beneficiados”: Congresso paga aposentadoria a 658 ex-parlamentares e 602 viúvas

25 de janeiro de 2011 - 12:26

Em plena discussão sobre a legalidade do pagamento de pensões vitalícias a ex-governadores, reportagem da Folha de São Paulo de hoje revelou que o Congresso vai gastar em 2011 R$ 88 milhões para o pagamento de aposentadorias e pensões a ex-parlamentares, seus parentes e ex-servidores que ainda recebem benefícios pelo extinto IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas).

Desativado em 1997, o modelo concede privilégios que foram extintos pelo Legislativo após mudança de sistema. Estão vinculados ao regime 583 ex-deputados, 75 ex-senadores e 602 viúvas de congressistas, além de ex-servidores, cujo número não foi informado pelo Congresso.

Apenas o Senado gasta R$ 938,2 mil por mês no pagamento aos beneficiários do IPC. O antigo modelo concedia vantagens como requerer aposentadoria proporcional após oito anos de mandato, com direito a 25% do valor total de seu salário, com o mínimo de 50 anos de idade.

Mudança

Em 1999, o Instituto de Previdência dos Congressistas foi substituído pelo Plano de Seguridade Social dos Congressistas, em vigor até hoje; em que um ex-deputado ou senador recebe o benefício de acordo com regras do regime do previdenciário dos servidores públicos federais.

O parlamentar tem a opção de aderir ou não ao sistema do Congresso e não pode acumular a aposentadoria da Casa com o salário.

Esse ano o Legislativo vai gastar R$ 1,8 bilhão com o pagamento de aposentadorias e pensões. O valor teve crescimento de R$ 4 milhões, se comparado com o Orçamento do ano passado. O aumento acontece principalmente porque os benefícios são vinculados aos salários dos congressistas.

Em dezembro passado, deputados e senadores elevaram seus próprios salários de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, um reajuste que corresponde a 61,8%.

“Jeitinho”

Os congressistas têm o prazo de 30 dias, depois de assumirem o mandato, para pedir adesão ao plano. Todos descontam a contribuição na folha de pagamento. Em dezembro, a Mesa Diretora da Câmara abriu exceção para que 12 deputados pudessem aderir ao plano anos depois de terem assumido os mandatos.

O ex-deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), por exemplo, pediu para ingressar retroativamente desde fevereiro de 1999, embora tenha apresentado formalmente o pedido somente em fevereiro de 2007.

Os órgãos técnicos da Câmara se posicionaram contra, como previsto pelas regras do plano, mas os deputados recorreram à "brecha" para não perder os benefícios da Previdência do Congresso, uma vez que o valor aumentou em consequência do reajuste nos salários dos congressistas.

A Câmara alega que permitiu as adesões porque não terá prejuízo financeiro, já que os deputados descontam o valor proporcionalmente aos salários e retroativo à data de adesão solicitada.

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