Bolsa para pesca tem 4 vezes mais atendidos
A bolsa-pescador, ou seguro-defeso, com gasto anual de mais de R$ 1 bilhão, quadruplicou o número de beneficiários nos últimos anos e agora é alvo de investigação por suspeita de fraude.
O pagamento de um salário mínimo mensal aos pescadores durante o período do defeso, quando a pesca fica suspensa, é pago com dinheiro do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT). O gasto com o benefício já é quatro vezes maior do que orçamento do Ministério da Pesca e três vezes maiores do que o valor das exportações brasileiras de pescado e crustáceo.
Só no Pará, o número de beneficiários cresceu 1.414% em dois anos. Devido a esse e outros “fortes indícios” de concessão irregular e suposta conexão com vantagens eleitorais, ontem foram emitidos dez mandados de busca e apreensão no Estado, numa operação conjunta da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e do Ministério Público.
Atualmente, o ministério conta 832.085 pescadores registrados no País. Responsável pelo cadastramento dos pescadores no País, o Ministério da Pesca admite que houve problemas no alistamento de profissionais aptos a receber o benefício.Neste ano, 79 mil carteiras foram suspensas, na revisão dos cadastros por haver irregularidades.
Procurador da República em Tubarão (SC), Celso Tres, afirma que o volume de irregularidades na concessão é grande. De acordo com Três, existem pessoas cadastradas em cidades que nem possuem rios.