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Cérebro do corrupto

15 de junho de 2010 - 00:00

Segundo as mais recentes pesquisas, as pessoas que praticam atos de corrupção têm algumas características de personalidade em comum, descritas em compêndios de psiquiatria e psicologia.Eles querem a satisfação imediata dos seus desejos sem medir conseqüências, não prestam atenção às necessidades dos outros e não se arrependem. A tendência a transgredir as regras se mostra desde cedo, mas pode – e deve – ser controlada com medidas educacionais e limites. Isso porque, uma vez formado, o corrupto será sempre corrupto, pois os transtornos de personalidade são intratáveis, incuráveis e irreversíveis.A corrupção é uma doença social. O que se sabe é que os humanos têm um sentido natural e fisiológico de justiça que permeia as ações sociais. Quando esse sistema é violado, ocorrem reações e emoções de segunda classe, como o nojo, e quando ele é respeitado nos sentimos bem. Mas em casos de corruptos, o indivíduo se sente gratificado com o ilícito, sem culpa ou remorso no que faz.As transgressões sem punição vão ampliando as fronteiras no cérebro, deixam a periferia e acabam se incorporando a ele. Essas fronteiras começam a se abrir desde a infância. Depois que o cérebro aprende que ser corrupto é normal, fica muito difícil mudar. Isso pode até ser comparado a uma dependência química. A permissividade social é inaceitável e nos pressiona por fazer. Criminalizar os corruptores e sob os auspícios da Lei da Ficha Limpa, recentemente aprovada, promover a contenção social dos transgressores, são duas ações inadiáveis.

 
* Carlos Rodrigues da Silva Filho é médico, professor universitário e diretor da MATRA. Artigo enviado ao jornal Bom Dia Marília
 
 
 
 

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