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Caso Nelsinho: Após 11 dias preso, Nelson Granciéri consegue liberdade

20 de dezembro de 2011 - 13:52

O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Ruy Alberto Leme Cavalheiro, concedeu habeas corpus ao ex-Chefe de Gabinete do Município e secretário da Fazenda, Nelson Granciéri, que foi solto no final da tarde de ontem após passar 11 dias preso cadeia pública de Garça.

O pedido de habeas corpus foi obtido pelo advogado Wellington Campos, do escritório Campos & Campos Machado, de São Paulo.

Em primeira instância, o caso foi acompanhado pelos advogados Carlos Mattos e Samuel Castanheira.

Entenda o caso

O ex-secretário da Fazenda e Chefe de Gabinete de Município, Nelson Granciéri, foi preso em sua casa e interrogado na sede da Polícia Federal de Marília no dia 9 de dezembro em razão de desdobramentos da Operação Dízimo.

Granciéri é acusado de comandar um esquema que pagava mais de R$ 500 mil por mês a aliados políticos, servidores municipais e empresários.

Em 24 de novembro, o Gaeco e a Polícia Federal realizaram em Marília a “Operação Dízimo”, que teve como Granciéri, afastado por ordem judicial de suas funções desde outubro deste ano devido a acusações de cobrança de propina de fornecedores da Prefeitura.

Em entrevista coletiva, o promotor do Gaeco de Bauru, Neander Sanches, explicou que Nelsinho é suspeito de cometer os crimes de concussão (extorsão cometida por funcionário público), coação de testemunhas e lavagem de dinheiro.

A operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão na cidade e um em Bauru.

Foram alvo das buscas a Prefeitura Municipal, o Jornal Atualidade e a gráfica que o imprime (localizada em Bauru), a clínica de estética Serena, de propriedade da mulher de Granciéri, três empresas de marketing e as residências de Nelsinho, Maurício Machado, o ‘Palhinha’ (dono do Jornal Atualidades), e André Belizário, assessor de Nelsinho supostamente envolvido no esquema.

A partir dos documentos apreendidos nessa ação os promotores descobriram um esquema de “mensalão” pago por Nelsinho e seu grupo político a funcionários públicos, aliados e empresários da cidade.

A lista contendo beneficiários do esquema mensal gerenciado por Nelsinho chega a dezenas de nomes e vinha aumentando constantemente, informaram os promotores do Gaeco.

Documentos com a contabilidade dos pagamentos foram apreendidos na casa do ex-chefe de Gabinete, em mídias recolhidas durante a operação.

Segundo os promotores do Gaeco, Nelson confirmou a contabilidade do “mensalão” e afirmou que os pagamentos eram uma forma de manter o poder na Prefeitura de Marília.

Ele afirmou ainda que o grupo político ao qual ele pertencia realizava os pagamentos e ele gerenciava o esquema.

Nelson afirmou ainda que o prefeito Mário Bulgareli (PDT) sabia e estava junto nesse gerenciamento.

Como a prisão é preventiva, não há data para que Nelsinho seja liberado, exceto se o pedido de soltura feito pela defesa do ex-chefe de gabinete for aceito pela Justiça.

Além de Nelsinho, outras quatro pessoas, entre elas um funcionário público, são investigados nesse caso em específico. As investigações sobre o pagamento de propina continuam correndo normalmente na Justiça.

O advogado de defesa, Carlos Mattos, informou que Nelson estava tranquilo e que iria prestar todos os esclarecimentos. A defesa deve solicitar o habeas corpus.

A Procuradoria Geral do Município espera ter acesso ao teor da denúncia efetuada pelo Ministério Público para depois se manifestar.

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