CGU apura se verba do Fundeb foi desviada para a Brasil Online

Uma investigação feita no ano passado pelo núcleo de inteligência da Controladoria-Geral da União CGU) em cooperação com a Polícia Federal mostra que o empresário Hélder Zebral atuava nos mesmos estados que o bicheiro Carlinhos Cachoeira, especialmente em Goiás e no Tocantins. Mas a área do empresário são os contratos de tecnologia. A descoberta mais alarmante da CGU envolve R$ 3,96 milhões de reais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) do Tocantins.

Em agosto de 2010, a empresa Brasil Online recebeu um pagamento nesse valor vindo do governo do estado. Nesse mesmo dia, a empresa Realize Fomento Factoring doou R$ 1,98 milhão — exatamente metade do valor recebido pela Brasil Online — para o comitê de campanha do PMDB, que financiava a campanha à reeleição do governador Carlos Gaguim.

A Brasil Online e a Realize tiveram como sócios-fundadores os irmãos Cleonita Alves da Silva e Reinaldo Maciel da Silva. Mas, para a CGU, os dois são laranjas de Zerbal.

Reinaldo era garçom da Porcão de Brasília e Cleonita, uma recebedora de apostas em lotérica. A irmã deles, Elisete, é oficialmente a proprietária da casa onde Zebral mora em Brasília. Portanto, segundo a CGU, o dinheiro saiu do Fundeb, a mando do governo de Gaguim e foi para a conta de Zebral. O empresário então devolveu metade da verba para a campanha do governador.

Os contratos do Brasil Online com órgãos públicos totalizam R$ 33 milhões. Só com o governo do Tocantins somam R$ 10,8 milhões. Um desses contratos — de R$ 3,1 milhões com a prefeitura de Imperatriz — foi alvo de uma fiscalização da CGU, que detectou pagamentos irregulares de R$ 766,7 mil.

Fonte: O Globo – 20/04/2012