Ciretran apura ficha de 200 suspeitos de terem multas anuladas pela Emdurb
Inquérito policial que investiga denúncia de anulação de multas de “amigos” promovida pela Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional de Marília (Emdurb) deve fechar o cerco em breve contra os 200 motoristas suspeitos já identificados pelo Delegacia Seccional de Marília. A Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito ) foi chamada para ajudar no caso e utilizar seu banco de dados para cruzar informações e evidenciar ainda mais as irregularidades.
Nova manobra da polícia para agilizar os trabalhos de investigações quer que a circunscrição apure a ficha ou histórico dos 200 motoristas citados na investigação. “Dessa forma vou agilizar os trabalhos e deixar de ouvir pessoas que não têm ‘culpa no cartório’. De todas as interrogadas até o momento, maioria nada acrescentou às investigações. O que vai haver é um cruzamento de dados de datas de multas canceladas com o nome do proprietário do veículo”, explicou o delegado responsável pelo caso, Fábio pinha Alonso.
Até o momento aproximadamente 50 pessoas já prestaram depoimentos na sede da Delegacia Seccional. Todos os documentos apreendidos através de dois mandados de busca e apreensão cumpridas na sede da autarquia são periciados por peritos civis. Análises dessas informações estão adiantadas. “A partir dessa listagem, novas intimações serão enviadas. Objetivo é diminuir pela metade o número de suspeitos e chegar rapidamente aos responsáveis pelas irregularidades”, afirmou.
Segundo o delegado, os conteúdos de alguns dos depoimentos não podem ser revelados, pois podem atrapalhar o andamento do inquérito. Apesar do avanço, Alonso explica que não existe um prazo para o caso ser considerado encerrado. “Não posso especificar um prazo. Todas as diligências necessárias terão de ser realizadas. Documentos apreendidos passam por perícia técnica de grande complexidade”, disse.
A denúncia foi protocolada pelo servidor público Nilton Alves Teixeira no dia 30 de dezembro do ano passado. No documento ele levantou suspeitas contra o presidente da autarquia, Domingos Alcalde, e o diretor-adjunto, João Garcia, com seis indícios graves de improbidade administrativa, entre favorecimento de “amigos” com anulação de multas, desvio de arrecadação (Funset), desvio de imposto (IR), desvio de combustível, fraude de despesas e favorecimento de cargos.
A pedido do promotor de justiça do MPE, Isauro Pigozzi, Polícia Civil entrou no caso e instaurou inquérito para averiguar as denúncias. Teixeira prestou depoimento na delegacia no último dia 2 de fevereiro e novamente confirmou as acusações. Desde então dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da autarquia. Diligências que apreenderam 192 procedimentos e mídias digitais de informática foram realizadas nos dias 5 de janeiro e 10 de fevereiro respectivamente.
Fonte: Correio Mariliense