Notícias

Busca

MATRA

CNJ do Senado vota Ficha Limpa nesta quarta

15 de maio de 2010 - 00:00

Foi preciso uma lista popular com 1,6 milhão de assinaturas para os senhores da foto acima finalmente levantarem efusivamente os braços em comemoração a algo que favorece os brasileiros. Na terça-feira da semana passada, os deputados aprovaram o projeto conhecido como Ficha Limpa, que estabelece regras mais rígidas para os candidatos em busca de um cargo eletivo. Encaminhou-se de imediato a proposta ao Senado.

"Não é um projeto prioritário para o governo", afirmou de pronto o senador Romero Jucá, freguês do Supremo Tribunal Federal, querendo dizer, na verdade, que, como líder da bancada dos não muito limpos, fará de tudo para impedir a aprovação da proposta. Apesar do tufão de sujeiras, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado votará o projeto nesta quarta-feira. Para virar lei, o Ficha Limpa ainda terá de sobreviver aos previsíveis ataques no plenário da Casa – e, por fim, ser sancionado pelo presidente Lula, que, embora adore um companheiro sujinho, se disse favorável à proposta.

Espera-se que as novas regras possam valer já nestas eleições, mas há ministros do Supremo que defendem sua validade apenas para o pleito de 2012. Sabe-se somente que a dúvida chegará aos tribunais superiores. Em face dos limites do projeto e de tantas dificuldades que ele ainda vai enfrentar, resta a pergunta: há de fato o que comemorar?

Sim, há motivos para celebrar. Pela primeira vez desde 1988, numa demonstração eloquente da consolidação dos valores democráticos no Brasil, a população mobilizou-se para forçar seus representantes a tomar uma atitude contra a corrupção endêmica do país. É o primeiro passo num caminho que, a depender da sociedade civil, levará à reforma do pútrido sistema político brasileiro.

Diz o presidente da OAB, Ophir Cavalcante: "A população percebeu que tem força para demandar mudanças inadiáveis na nossa política". Não se pode esperar, porém, que o Ficha Limpa venha a curar males que vicejam há décadas no país – e que se sustentam na absoluta incapacidade do país em punir com efi-ciência quem comete crimes.
 

Fonte: Congresso em Foco

Comentários

Mais vistos