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Construtora de viaduto doou R$ 2,8 milhões para campanhas de 2012

07 de julho de 2014 - 10:39

A Construtora Cowan S/A, responsável pelo viaduto que caiu em Belo Horizonte, repassou R$ 2,8 milhões para campanhas nas eleições de 2012. A doação de empreiteiras para as campanhas é fato rotineiro do período eleitoral no Brasil.

Os recursos foram destinados a três partidos. O diretório nacional do PMDB foi o mais beneficiado pela empreiteira, com o valor de R$ 1,8 milhão. Outros R$ 500 mil foram pagos ao diretório nacional do PCdoB e R$ 500 mil para o diretório nacional do PSDB.

A relação da construtora com o PMDB parece estreita. Em 2012, o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente do partido, usou o jatinho da construtora Cowan para participar de um ato da campanha de Lúdio Cabral (PT), candidato a prefeito em Cuiabá (MT). A denúncia foi revelada pela Revista Veja. Temer viajou no dia 21 de setembro daquele ano com o jatinho da construtora.

A empresa ocupa a 73ª posição em relação às empresas que mais doaram para campanhas eleitorais de 2012. A lista de doações é liderada pela Andrade Gutierrez (R$ 81,2 milhões doados), Queiroz Galvão (R$ 52,1 milhões) e OAS S.A. (R$ 44,1 milhões).

Como o Contas Abertas já divulgou, o viaduto que desabou em Belo Horizonte é parte da obra de implantação do BRT Antônio Carlos/Pedro I, que possui a previsão de gastos no valor de R$ 713,5 milhões. O empreendimento é uma das obras do “PAC da Copa” que deveria ter ficado pronto até o Mundial, mas atrasou.

De acordo com o último balanço do PAC, o órgão responsável pela obra é o Ministério das Cidades, sendo o executor a prefeitura de Belo Horizonte. Os dados são referentes à data de 30 de abril de 2014, quando o estágio da obra era “em operação”.

O empreendimento também consta no Portal de Transparência da Copa do Mundo, coordenado pela Controladoria-Geral da União. Segundo o portal, R$ 554,8 milhões já foram contratados para a obra e R$ 214,7 milhões foram pagos.

Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte informou que comitê composto por técnicos da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, da Defesa Civil, da Cowan e da Consol, empresa responsável pelo projeto, foi convocado para fazer levantamento de todos os dados que envolvem o ocorrido, elaborar diagnóstico das causas do acidente e definir as providências que serão tomadas.

“Este comitê também irá acompanhar de perto o trabalho de perícia e elaboração de laudo técnico por parte das autoridades competentes, fornecendo inclusive todas as informações necessárias para o esclarecimento das causas deste lamentável acidente”, afirma nota.

Fonte: Contas Abertas

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