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Contribuinte “pagou” R$ 200 mil para vereadores em férias

06 de fevereiro de 2012 - 09:27

Durante 60 dias, nos meses de dezembro e janeiro, os vereadores de Marília não deram expediente na Câmara Municipal. Apesar disso eles custaram ao mu¬nicípio, somente com despesas fixas com telefone, energia elétrica, combustível, salário de assessores e os próprios salários, cerca de R$ 200 mil. Segundo levantamento do Correio Mariliense, este foi o gasto médio entre os meses de dezembro e janeiro no Legislativo mariliense. Não estão computadas as despesas com os servidores municipais administrativos.

O demonstrativo de pagamen¬tos, com exceção dos salários dos servidores e dos vereadores, está disponível no Portal Trans¬parência. Ainda não estão dispo¬níveis os valores relativos ao mês de janeiro. O Correio Mariliense acompanhou, durante o mês de dezembro, que muitos gabinetes dos vereadores permaneceram boa parte do tempo fechado. Ape¬sar disso, todos receberam salário integral e sem qualquer desconto pelas faltas, inclusive com o adicional a que todos tem direito, por conta da realização de sessões ca¬marárias, que ficaram suspensas durante os dois meses.

A Câmara recebe, mensalmente, cerca de R$ 830 mil da Prefeitura, referente ao duodécimo. Ao longo de 2011 foram repassados R$ 9.968.400,00 ao Legislativo e para 2012 a previsão é de que esse va¬lor ultrapasse os R$ 12 milhões. O argumento é de que a Prefeitura repassa menos do que propõe na Lei do Orçamento (que prevê até R$ 24 milhões) deixando setores da Câmara sem recursos financeiros.

Em dezembro, ainda nas férias, o presidente da Câmara se deu ao luxo de comprar um carro importado, da marca Chevrolet (Cruze), no valor de R$ 69 mil. O novo carro se junta aos outros três auto¬móveis, um deles da Renault (C4 Pallas) e uma moto, que estão à disposição dos parlamentares.

Balanço

Ao longo de todo o ano de 2011 foram realizadas 41 sessões ordinárias, com média de três horas de duração. Isso significa que os nobres edis “dedicaram” 123 horas de seu precioso tempo na discussão e votação de projetos. Para “todo esse trabalho” os vereadores custaram cerca de R$ 86 mil por mês, o que significa um montante de mais de R$ 1 milhão ao ano.

Em junho os parlamentares aumentaram os próprios salários e os salários do prefeito e secretários municipais. Para o professor Marcelo Fernandes, em comentário publicado no site www.observamarilia.org, “o aumento para os servidores públicos é mais do que merecido. Defendo sempre que servidores bem remunerados é a garantia de melhor qualidade na prestação de serviços para a população. O problema real é ver o quanto um grupo se articula em função apenas de ludibriar seus interesses próprios, como aconteceu na última sessão do ano a votação da LOA – mais interessante para o prefeito do que nunca”.

Ele entende que, com a retomada do novo ano Legislativo, o ciclo deve se renovar e começar tudo de novo e que as sessões tomem reais providências para os problemas do município. “Isso é, discutam o que realmente deve ser feito para sanar os problemas, articulando a melhor estratégia de utilização da verba para beneficiar a grande maioria e não apenas hajam como apontadores do que está errado e precisa ser feito sem ação efetiva”, finalizou.

Fonte: Correio Mariliense – 05/02/2012

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