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CPI da CBF já conta com 114 assinaturas, segundo deputado Anthony Garotinho

17 de março de 2011 - 16:56
O deputado federal Anthony Garotinho informou ao site Congresso em Foco que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar irregularidades no COL (Comitê Organizador Local) da Copa do Mundo de 2014 já conta com 114 assinaturas. Segundo a matéria, há, porém, uma movimentação para tentar evitar a instalação da comissão. De acordo com Garotinho, seis deputados o procuraram hoje para retirar as assinaturas, mas acabaram não concretizando a desistência.

Contrato social registrado na Junta Comercial do Rio de Janeiro, reproduzido pelo jornal Lance (para ter acesso à publicação, clique aqui) mostra que o COL é uma empresa na qual o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tem 0,01% das ações e a entidade, 99,99%. Entretanto, o contrato permite que os lucros obtidos pela realização da Copa sejam divididos entre os sócios independentemente das proporções. Assim, Teixeira poderia se apropriar, sozinho, de todos os lucros da Copa do Mundo. Em 2006, o comitê da Copa da Alemanha lucrou 263 milhões de dólares.

A reportagem do Congresso em Foco solicitou a íntegra do documento a Garotinho e ao diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, mas não obteve o contrato social.

Hoje, o presidente da CBF visitou os principais líderes partidários da Câmara e o presidente da Casa, Marco Maia. Segundo o Congresso em Foco, Teixeira teria conseguido deles a garantia de que vão trabalhar contra a criação e instalação da CPI.

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, que chegou a assinar o requerimento da comissão de inquérito, disse que não vai retirar seu autógrafo do documento, mas sua assessoria disse que o deputado se convenceu de que o motivo para a CPI não existe. Segundo informações do site, Ricardo Teixeira mostrou a Nogueira que, em uma das cláusulas do contrato social do COL, toda a renda obtido pelo presidente da CBF deverá ser revertida à entidade.

Segundo informações do site do jornal Folha de São Paulo, Garotinho afirmou, na manhã de hoje, que, caso a Câmara não queira abrir a CPI, vai levar as denúncias contra o presidente da CBF ao Ministério Público.

O buraco é mais embaixo

O requerimento de Garotinho lista, ainda, outras frentes de investigação contra a CBF, como financiamento ilegal de campanhas eleitorais. Garotinho disse ao Congresso em Foco que balanços da entidade mostram doações a políticos nas últimas eleições, o que é proibido a instituições esportivas.

O deputado ainda acusa a entidade de pagar salários a seus diretores, o que seria proibido, usar dinheiro da CBF para pagar honorários de advogados particulares de Ricardo Teixeira, tomar empréstimos no exterior pagando taxas de juros acima do valor de mercado, fazer lavagem de dinheiro e negociar jogadores de futebol irregularmente.

O requerimento da CPI pede a apuração dos acordos firmados entre a CBF e as emissoras de televisão, além da apuração dos valores envolvidos na concessão das transmissões.

(VM, com informações do site Congresso em Foco e do site do jornal Folha de São Paulo)

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