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CPI da Merenda: Ex-chefe das nutricionistas da SP Alimentação é ouvida pela Comissão

18 de julho de 2011 - 15:58

A chefe das nutricionistas da empresa SP Alimentação entre os anos de 2003 e 2009, Conceição Aparecida Espadoni, foi ouvida hoje pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Merenda.

Espadoni confirmou que a empresa não mantinha funcionários nas escolas da rede municipal de ensino e que as nutricionistas supervisionavam a elaboração da merenda feita pelas atendentes. Segundo ela, fazia parte do trabalho das nutricionistas verificar se as merendeiras marcavam corretamente a quantidade de merendas servidas diariamente.

Sobre os equipamentos de armazenamento dos gêneros alimentícios nas escolas municipais (freezers e geladeiras), Espadoni afirmou que até 2006 esses eram de propriedade da Prefeitura, e que só a partir dessa data a empresa passou a instalar equipamentos próprios em algumas escolas, de acordo com a necessidade. Com isso, mais uma vez, a declaração da secretária da Educação, Rosani Puia de Souza Pereira, de que os freezers e geladeiras contidos nas escolas são da empresa SP Alimentação, é desmentida (a nutricionista Veridiana Paganini também negou esse fato).

A respeito do controle da quantidade de merendas servidas diariamente, Espadoni explicou que, inicialmente, as merendeiras marcavam o número de pratos servidos em uma planilha e as nutricionistas, uma vez por semana, recolhiam esse controle e levavam para o galpão onde funcionava a sede da SP Alimentação em Marília para que fosse digitado. Logo após, o controle digitado e o anotado eram enviados para as diretoras das escolas, que conferiam os valores e assinavam os papéis.  Porém, acerca de dois ou três anos, todo esse processo passou a ser feito nas próprias escolas.

Espadoni contou, ainda, que era comum haver discrepância entre o total de merenda produzida e o número de pratos servidos. Segundo ela, quando isso era constatado as nutricionistas interviam para evitar o desperdício de alimentos.

Ao final de seu depoimento, a chefe das nutricionistas da empresa SP Alimentação lamentou as denúncias de propina envolvendo o fornecimento de merenda escolar. “Se houve algo desse tipo em Marília, o dinheiro não deve ter saído do superfaturamento do número de pratos servidos, mas de outro lugar”, comentou Espadoni.

Mais depoimentos

Na sexta-feira (15), a nutricionista da Prefeitura desde 1994, Cláudia Silvana Campos, foi ouvida na CPI.

Ela contou que seu trabalho, inicialmente, era elaborar e planejar os cardápios da merenda das escolas municipais e estaduais, e também orientar, capacitar e supervisionar os servidores que cuidam da elaboração dos alimentos. Após o contrato com a SP Alimentação, Campos passou a elaborar e planejar apenas os cardápios das escolas estaduais.

A nutricionista disse que escolas possuem equipamentos como freezeres e geladeiras de propriedade da SP Alimentação, mas não funcionários. Segundo ela, procedimento para a contagem dos pratos servidos diariamente é feito através de planilhas preenchidas pelas merendeiras e conferidas pela direção da escola antes de remeter, quinzenalmente, para a Secretaria da Educação.  

Campos informou, também, que as nutricionistas da SP Alimentação vão às escolas de duas a três vezes por semana, Além disso, confirmou que a SP Alimentação oferece treinamento sobre procedimentos básicos de higienização para aqueles que trabalham nas cozinhas, de uma a duas vezes por ano, nos recessos escolares.

A próxima testemunha a ser ouvida pela CPI será a nutricionista da SP Alimentação, Vivian Fernandes. Sua oitiva acontecerá na quarta-feira (20), às 10h, na Câmara Municipal.

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