CPI da Merenda pede cassação do prefeito de Marília, SP
A CPI que investiga um suposto pagamento de propina no fornecimento de merenda escolar em Marília, no interior de São Paulo, apresentou nesta sexta-feira (25) o relatório final. A comissão decidiu pedir a cassação do prefeito Mário Bulgarelli. Outras três pessoas, entre elas o Deputado Federal Abelardo Camarinha, são citadas no documento que será encaminhado ao Ministério Público Estadual.
Ao todo, foram sete meses de investigação, mais de quatro mil documentos analisados e 13 depoimentos. Em meio a tudo isso, a comissão chegou a uma conclusão: foram desviados mais de R$ 2,6 milhões da merenda escolar para pagamentos de propina.
A CPI apurou também que para a SP Alimentação vencer a licitação em Marília eram colocadas na disputa outras empresas do mesmo dono, que ofereciam preços maiores.
Entenda como funcionava o esquema
O serviço começou a ser prestado em Marília em 2003. Na época o prefeito municipal era Abelardo Camarinha, atual Deputado Federal. E os contratos continuaram sendo renovados, mesmo após Mário Bulgareli assumir o executivo em 2004.
A partir disso, segundo a CPI, os dois políticos começaram a dividir a propina que antes era paga apenas para Abelardo Camarinha. Ainda de acordo com o que a CPI apurou, dos gastos quinzenais com a merenda escolar, cada um recebia 5%. dependendo do mês, a quantia passava dos R$ 40 mil.
Segundo a investigação da CPI, na época, a assessora do Deputado Federal, Marildes Miosi, era uma das pessoas responsáveis por receber o pagamento. Ela usava o codinome de Lídia para não ser identificada.
O nome de Luiz Valter Simões, atual Secretário de Gabinete de Mário Bulgarelli, que assumiu a vaga deixada pelo Ex-secretário Nelson Grancieri, também aparece como recebedor da suposta propina no relatório da CPI.
O Tribunal de Contas apontou irregularidades no fornecimento da merenda escolar em Marília desde 2004 e chegou a impugnar duas vezes o contrato da prestação de serviço. A investigação mostrou que a prefeitura desrespeitou todas as decisões judiciais e inclusive pagou multa por isso.
Até hoje a SP Alimentação fornece a merenda nas cinquenta escolas municipais da cidade. O último contrato foi renovado em junho deste ano.
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Fonte: G1