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Defesa Civil interdita sete casas em Marília, SP, por causa de rachaduras

16 de agosto de 2012 - 13:14

Moradores culpam Departamento de Água e Esgoto depois de obra na rua.
Autarquia negou a relação entre o serviço e os problemas nos imóveis.

Moradores de sete casas de uma mesma rua tiveram os imóveis interditados pela Defesa Civil, em Marília, SP. Trincas e rachaduras apareceram nas paredes e no chão dos imóveis. Segundo os proprietários, as rachaduras apareceram depois que o Departamento de Água e Esgoto de Marília (Daem) abriu um buraco no local para consertar a tubulação de esgoto. A obra durou mais de dois meses, período em que choveu bastante na cidade.

O engenheiro Paulo César Lapa esteve no local e vistoriou as casas. Ele disse que as trincas foram causadas por uma movimentação do solo que pode ter acontecido por uma série de fatores. "Se não for feita uma intervenção, no que diz respeito à estabilização da estrutura do imóvel, pode vir a ruir. A gente não sabe quanto tempo isso pode demorar, mas pode dar um problema mais sério e vir a ruir", avisou o engenheiro.

O profissional alertou sobre o perigo. "O que dá para perceber é que existem trincas e que os desenhos delas são provenientes de uma movimentação da fundação mesmo. Essa movimentação é resultante de um conjunto de coisas que podem estar acontecendo. Uma infiltração de água de chuva ou alguma infiltração em conjunto com o sub dimensionamento do imóvel. E o solo que é muito arenoso na região propicia um afundamento do piso e da estrutura onde ela tá assentada", completou.

Corredor de acesso aos quatros também foi condenado pela Defesa Civil (Foto: Reprodução/TV TEM)
Corredor de acesso aos quatros também foi condenado pela Defesa Civil (Foto: Reprodução/TV TEM)

Na casa onde o filho de Aparecida Magalhães morava com a mulher teve que ser desocupada da noite para o dia. Uma rachadura apareceu na parede da cozinha e as escoras foram colocadas para segurar a estrutura. Ela disse que não tem para onde ir e continua morando no imóvel, que apresenta outros diversos problemas. "Dá medo porque muitos peritos que já vieram aqui e, até os engenheiros da prefeitura, alegam que pode ser o solo e, até então, a gente não sabe o que está acontecendo no local. Está difícil para gente. Não conseguimos dormir à noite e estamos sem assistência. Da parte do Daem e da prefeitura, por enquanto, não deram assistência nenhuma", contou.

Já no imóvel de Cleuza Santana é difícil encontrar um cômodo que não tenha rachaduras. A maior delas é na parede da sala. Mas a cozinha, o corredor e o quarto também estão com o problema. Ela mora no bairro com o marido e dois netos há 15 anos, mas, agora, está com medo de continuar no local. “A gente está aqui sem saber o que fazer. E estamos esperando uma solução. Mas não pode esperar muito tempo porque se a casa desaba em cima da gente. Quem é que vai ser responsável pela nossa vida?", desabafou.

A assessoria do Daem disse que realmente foi feito um conserto na rede de esgoto na rua. Mas nega qualquer relação entre esse serviço e as rachaduras nas casas. Se for constatada a relação das obras da autarquia com os problemas das residências, os moradores serão ressarcidos. Mas os engenheiros da autarquia afirmam que o conserto feito na rede de esgoto não poderia afetar as estruturas das casas.

Mulher colocou uma madeira na cozinha para escorar a parede (Foto: Reprodução/TV TEM)
 
Mulher colocou uma madeira na cozinha para escorar a parede (Foto: Reprodução/TV TEM)
 
Rachaduras enormes colocam em risco os moradores (Foto: Reprodução/TV TEM)
Rachaduras enormes colocam em risco os moradores (Foto: Reprodução/TV TEM) 
 
Fonte: G1



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