Notícias

Busca

MATRA

Dilma determina que Abin investigue 2.700 indicados a cargos

11 de fevereiro de 2011 - 13:42

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) já tinha entre suas tarefas o "Levantamento de Dados Biográficos" dos 435 ocupantes de cargos de confiança de maiores salários do governo federal, normalmente, os de secretários e assessores especiais dos ministros. Dessa vez, no entanto, a própria presidente Dilma Rousseff determinou que a investigação seja ampliada a todas as pessoas indicadas a cargos públicos, para a produção de relatórios com a ficha criminal dos indicados.

Com a determinação, a investigação abrangerá mais 2.244 servidores que ocupam funções intermediárias, com avaliações que vão de cargos com salários que variam de R$ 4.000 a R$ 11 mil.

A notícia foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo de hoje que, no entanto, o veículo de comunicação apurou ainda que, apesar do aumento da demanda, há reclamações sobre a qualidade dos dados. Integrantes do governo dizem reservadamente que, em alguns casos, a Abin parece nem sequer pesquisar no Google o histórico dos investigados.

Os levantamentos trazem dados de processos e inquéritos criminais, títulos protestados e cheques sem fundo. É feito com base em consultas em sistemas como o Infoseg (rede de informações do Ministério da Justiça), polícias e órgãos como Detrans.

Dentro da agência, também há queixas sobre o aumento dos pedidos. Sob anonimato, funcionários da Abin dizem que, além de pendências judiciais, o Planalto pede um mapa dos principais aliados e adversários dos indicados; levantamento que agentes alegam não ter condições de fazer.

Equipe

Agentes ouvidos pelo jornal afirmaram que a equipe designada conta com apenas três servidores. A Abin, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional, órgão ao qual a agência está subordinada) e a Presidência da República não comentaram os problemas relacionados à atividade.

O governo espera que os relatórios sejam capazes de evitar desgastes. Em 2007, Lula convidou o deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura, mas teve que recuar após a revelação, pela imprensa, de que o parlamentar era investigado sob a suspeita de usar funcionário de sua própria empresa como laranjas para tentar se livrar de uma dívida. Balbinotti era alvo de um inquérito criminal que tramitava no STF (Supremo Tribunal Federal).

Comentários

Mais vistos