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Empresa abastecida por Cachoeira fez doação para governador tucano

19 de abril de 2012 - 09:49

Empresas que financiaram as campanhas do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) em 2010 receberam recursos repassados por uma empresa de fachada do grupo do empresário Carlos Cachoeira.

Segundo a Polícia Federal, a origem do dinheiro é a construtora Delta, a empreiteira que mais verbas recebe do governo federal atualmente. Além de Perillo e Demóstenes, o deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) também recebeu recursos com essa mesma origem, segundo a PF.

Em novembro de 2010, quando Perillo já estava reeleito mas ainda precisava de recursos para quitar dívidas de campanha, ele recebeu R$ 450 mil de um atacadista de alimentos, a Rio Vermelho.

Três meses depois, a Rio Vermelho recebeu R$ 60 mil da Alberto e Pantoja Construções e Transportes, uma das empresas de fachada controladas por Cachoeira.

As investigações da PF indicam que o grupo de Cachoeira usou empresas como a Alberto e Pantoja para repassar a campanhas políticas recursos recebidos da Delta.

Como a Folha mostrou no domingo, a Alfredo e Pantoja foi criada em maio de 2010 e tinha como sede uma oficina nos arredores de Brasília. Praticamente todo dinheiro que ela movimentou teve a Delta como origem. Foram R$ 26,5 milhões até abril de 2011.

O dono da Rio Vermelho, Michel Neto, é amigo de Cachoeira. Ele nega ter feito a doação a Perillo a pedido de Cachoeira e diz que os R$ 60 mil que recebeu da Alberto e Pantoja se referem à venda de um carro ao empresário.

Cachoeira foi preso em fevereiro, acusado de explorar jogos ilegais, e o Congresso decidiu criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar suas relações com políticos e empresários.

O senador Demóstenes recebeu em agosto de 2010 um cheque de R$ 32,6 mil de um posto de gasolina que três semanas depois recebeu R$ 98,7 mil da Alberto e Pantoja.

O deputado Sandes Júnior recebeu R$ 150 mil da Midway International Labs, que vende suplementos alimentares. Um dia antes a Midway recebera R$ 150 mil da empresa de fachada de Cachoeira.

Segundo a PF, Demóstenes e Sandes Júnior usaram seus mandatos para defender interesses de Cachoeira no governo e no Congresso, e o empresário mantinha pessoas de sua confiança em postos-chave no governo Perillo.

Fonte: Folha de São Paulo – 19/04/2012

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