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“Empresa Pró-Ética”: CGU e Ethos criam cadastro de empresas comprometidas com a ética

01 de fevereiro de 2011 - 13:37

  As empresas que tomam atitudes compromissadas com a ética poderão agora ser conhecidas por qualquer pessoa que prima por reconhecer e saber quais aquelas que realmente são compromissadas com valores que deveriam ser o norte para todas as organizações no trato com o âmbito público.

A parceria do Instituto Ethos e a Controladoria Geral da União (CGU) lançou no final do ano passado ao cadastro Empresa Pró-Ética, para destacar corporações que invistam na ética e na integridade, implementando medidas de governança corporativa e de prevenção da corrupção. Para isso as empresas devem cumprir itens específicos estipulados para integrar o cadastro, dando transparência às doações para campanhas políticas.

Funcionando como uma certificação da empresa quanto a responsabilidade e compromisso ético, o Empresa Pró-Ética passou por consulta pública, tendo sido enriquecido com a anexação de sugestões feitas por empresas e diversos setores da sociedade ligados ao tema. As empresas interessadas podem iniciar o processo de inscrição pelo site www.cgu.gov.br/empresaproetica, que traz também as orientações necessárias.

As exigências às empresas que integram o cadastro incluem a adoção de regras formais de relacionamento com o setor público, códigos de conduta, canais internos de denúncias, sistemas de controle e auditoria, programa de compliance e política de transparência que envolva, inclusive, as doações efetuadas pela empresa em campanhas eleitorais a partidos políticos e a candidatos. A medida serve como incentivo ao setor privado no desenvolvimento de ações concretas de promoção da ética e de prevenção da corrupção.

Adesão voluntária

A solicitação de adesão é voluntária e deve ser feita ao Comitê Gestor do cadastro, formada por representantes da CGU, do Ethos e de instituições convidadas. As empresas que deixarem de cumprir as exigências contidas no regulamento do cadastro ou se envolverem em situações que ensejem dúvidas ou questionamentos sobre seu compromisso com a ética, podem ser suspensas ou excluídas automaticamente do cadastro.

A lista das empresas que se enquadram nas exigências e consideradas Empresa Pró-Ética é disponibilizada ao público que quiser consultá-la, uma vez que a intenção é justamente a divulgação ampla das empresas que voluntariamente solicitaram seu cadastramento e submeteram suas políticas a avaliação.

Com a divulgação dessa lista de empresas, os exemplos poderão ser conhecidos e servir de estímulo para a adoção de boas práticas de promoção da ética no setor privado. Assim, da mesma forma que já divulga uma lista de empresas punidas pela administração pública – por meio do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis), que já conta com cerca de 2.500 empresas punidas –, a CGU quer divulgar também nomes de empresas que se preocupam em prevenir a corrupção, implementando medidas para evitar a prática de fraudes e irregularidades.

Tendência global

Com a criação do Cadastro de Empresas Pró-Ética, a CGU e o Instituto Ethos esperam contribuir para a conscientização do empresariado sobre o seu papel e sua responsabilidade na luta anticorrupção e no estabelecimento de um ambiente de integridade e de confiança nas relações entre o setor público e o setor privado.

De acordo com o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, tal preocupação não é apenas brasileira nem é originalmente nossa. “Ela constitui um dos temas mais atuais nos debates internacionais de que o Brasil tem participado por meio da CGU. Por exemplo, no Comitê sobre Corrupção, criado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial, esse foi um dos tópicos mais discutidos, constatando-se que os diversos países ainda estão procurando meios e modos para disseminar mais amplamente, no setor privado, a consciência de que as empresas também têm que fazer a sua parte na luta contra a corrupção”, analisa.

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