Já o executivo Augusto Mendonça afirmou que, “após duras negociações”, foram pagos R$ 20 milhões em propina para os operadores do esquema pela mesma obra na Repar.
Julio Camargo também falou sobre a construção da unidade de recuperação de enxofre, retificação de águas ácidas, tratamento de gás residual e das subestações da refinaria paranaense. A obra, que custou R$ 2,4 bilhões, resultou em um pagamento de R$ 12 milhões para Duque e Barusco.
Consequências
Segundo o executivo Augusto Mendonça, “ou pagava [propina] ou a consequência era grande”. Mendonça disse que os valores referentes à propina eram divididos em parcelas iguais, pagas bimestralmente. Ele confirmou que os valores foram pagos mediante transferências para a MO Consultoria, a Empreiteira Rigidez e a RCI – empresas controladas por Youssef.
De acordo com Júlio Camargo, os valores foram pagos por transferências realizadas por ele mesmo no exterior. O dinheiro teria saído de contas do executivo no Uruguai e na Suíça.
Camargo detalhou que pagava a propina com o dinheiro ganho através de comissões por contratos firmados. A comissão saía das contas dos consórcios para as contas das empresas Treviso, Piemonte e Auguri. Em seguida os valores eram enviados ao Uruguai e à Suíça de forma oficial, como investimentos no exterior.
Em relação aos pagamentos a Youssef, Camargo afirmou que o dinheiro era depositado em contas na China e em Hong Kong, controladas pelo doleiro.
O executivo da Toyo Setal também afirmou que Youssef fazia a intermediação quando a Diretoria de Engenharia exigia pagamento em espécie. Nesse caso, o dinheiro era depositado em contas no exterior controladas por Youssef, que entregava a quantia em reais no Brasil a Camargo, para que ele repassasse os valores para o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.