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Entre Aspas – A semana política em frases (07 a 13/10)

14 de outubro de 2013 - 11:51

aspas

O Brasil não trata bem seu capital humano. É o que aparece nitidamente no “Relatório de Capital Humano”, que acaba de ser divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, a entidade que promove, todo janeiro, os encontros de Davos. O Brasil fica no 57º lugar entre 122 países. Já é um resultado ruim, se se considerar que o país está entre as oito maiores economias do mundo. Quer dizer que tem tamanho, mas não tem qualidade. Piora as coisas saber que países de bem menor desenvolvimento relativo ficam à frente do Brasil, casos de Costa Rica (35º), Chile (36º), Panamá (42º) e Uruguai (48º), sem falar em Barbados, país caribenho que, na 26ª posição, é o mais bem situado na América Latina/Caribe. (do artigo “Gente , o capital maltratado”, de Clóvis Rossi – Folha de SP – 06/10)

O Ministério da Cultura e a Biblioteca Nacional meteram-se com uma farra na feira de livros de Frankfurt e comprometeram R$ 18,9 milhões da Viúva para custear a homenagem que o país receberá. Trata-se de um evento de negócios que dura uma semana, mas estará aberto ao público por apenas dois dias. Para ele convidaram 70 escritores, à custa da Boa Senhora. Ganha uma viagem a Cuba quem souber a importância de uma homenagem na feira de Frankfurt para quem paga imposto em Pindorama, onde a Biblioteca Nacional, arruinada, não abre aos domingos e nela é vedado o uso de canetas. Recarga para o laptop, só num restaurante próximo. Se os empresários do mercado editorial brasileiro precisassem da homenagem da feira, poderiam recebê-la, com o dinheiro deles. O setor está grandinho. Faturou R$ 5 bilhões em 2012 e nele há administradores sagazes. Em 2012, o Brasil importou 13,5 mil toneladas de livros mandados imprimir na China. Afinal, custam a metade. Dão emprego a chineses e, com o dinheiro dos brasileiros, festejam-se na Alemanha. (Élio Gaspari – Folha de São Paulão – 06/10)

Relatório do Banco Mundial mostra o Brasil em 130º lugar para abrir empresa, entre 185 países, atrás de Honduras. Na campeã Nova Zelândia, abre-se on-line, em 24 horas. E com menos imposto. (Coluna de Claudio Humberto – 06/10)

O governo do Brasil, que adora ditaduras africanas, perdoou a dívida de US$ 43,5 milhões do Sudão. A ditadura se instalou há 24 anos. (Coluna de Claudio Humberto – 07/10)

É de Nilmário de Miranda (PT-MG) a ideia de jerico de propor emenda acrescentando 4 vagas aos 513 deputados existentes, para índios. (Coluna de Claudio Humberto – 07/10)

Pesquisa da ONU, divulgada no primeiro trimestre deste ano, com base em dados coletados entre 2007 e 2009, revelou que entre 126 países o Brasil ficou em 108° lugar no que diz respeito à satisfação com a qualidade dos serviços prestados. Apenas 44% dos brasileiros sentem-se satisfeitos com os padrões aqui oferecidos. Em nenhum país da América Latina, à exceção do Haiti (35%), foi identificado índice tão baixo quanto o que os brasileiros revelaram. Nesse campeonato, perdemos, por exemplo, para o Uruguai (77%), Bolívia (59%), Afeganistão (46%) e Camarões (54%), onde a população considera os serviços de saúde melhores do que a percepção que temos sobre os nossos. (do artigo “De Hipócrates à hipocrisia”, de Gil Castello Branco – Folha de São Paulo – 08/10)

Só Tio Patinhas para contar tanto dinheiro: com números da Comissão de Orçamento da Câmara, a ONG Auditoria Cidadã analisou o destino do Orçamento de 2014 que o governo federal enviou ao Congresso: R$ 1 trilhão (42,42%) dos R$ 2,6 trilhões destinam-se ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública. A bomba-relógio da Previdência Social “engole” 20,05% dos nossos impostos. (Coluna de Claudio Humberto – 08/10)

 

A deputada estadual governista Vanessa Damo (PMDB-SP) acusa a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de manobra “canalha” para barrar a CPI da Eletropaulo. Ela diz que o PSDB quer impedir investigações em contratos com a Siemens, pivô de denúncias no setor de trens.  (Painel – Vera Magalhães – Folha de São Paulo – 09/10)

Em visita a um hospital na semana passada, o secretário de Saúde paulista David Uip foi abordado por uma paciente que se queixava de demora no atendimento. O chefe da pasta decidiu que ele mesmo atenderia a moça, que tinha febre e dor de cabeça. Após examiná-la em um consultório, Uip constatou que o caso era simples e receitou a medicação indicada. –Preciso de um atestado médico –disse a moça, que havia faltado ao trabalho para ir ao hospital. –Você não precisa de repouso e nem de atestado. Pode voltar ao trabalho! –respondeu o secretário. (Painel – Vera Magalhães – Folha de São Paulo – 09/10)

O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) cobrou explicações da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sobre o uso de um helicóptero do Samu para participar de eventos políticos em cidades de Santa Catarina, base eleitoral da ministra. O senador lembrou que, no ano passado, Ideli também foi questionada pelo uso de aviões da FAB. “ O governo manda, faz e desfaz e não dá satisfação. A população é que se lixe”, disse Cyro. (Coluna de Luiz Carlos Azedo – Correio Braziliense – 09/10)

 Não é o interesse público, a coerência política e nem muito menos a ideologia. O que move a grande maioria dos dirigentes é o milionário fundo partidário, que só em 2012 distribuiu R$ 350 milhões às 29 siglas então existentes. Tudo administrado pelo presidente (ou dono, na maioria dos casos) do partido, sem dar satisfações a ninguém, exceto em prestações de conta que raramente são auditadas ou conferidas. São rateados 95% do fundo conforme a votação de cada deputado federal. É só multiplicar a votação por R$ 3,21, o valor de cada voto.  Tiririca, com 1,3 milhão de votos, garantiu ao PR de Valdemar Costa Neto, o dono mensaleiro, mais de R$ 4,2 milhões do fundo só este ano. Por tudo isso, Paulinho da Força comemorou: o Solidariedade terá R$ 1 milhão mensais do fundo só com os 8 deputados que eram do PDT. (Coluna de Claudio Humberto – 11/10)

A Câmara tem 513 deputados, mas decidiu realizar pregão para aquisição de cinco mil distintivos para os parlamentares. Fontes afirmam que é pela praticidade. As excelências usam um broche em cada terno ao custo, nem tão prático, de R$ 4.700,00. (Coluna de Claudio Humberto – 12/10)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) bancou a viagem transatlântica de dois servidores para integrar comitiva em visita oficial para “promover o fortalecimento político” entre Brasil e Nigéria. Nem parece a Conab que passa por dificuldades financeiras, fecha polos avançados e não consegue executar suas tarefas – como deixar de fiscalizar o Programa de Aquisição de Alimentos, em sete estados. Apesar de o Diário Oficial atribuir o ônus das flanadas internacionais à Conab, a assessoria jura de pé junto que quem pagou foi a Apex. Após ter os gastos questionados, a Conab informou que uma segunda viagem, para o Chile, foi cancelada. “Não é prioridade neste momento”. Quem pagou pelo passeio ao continente africano não foi a Conab, muito menos a Apex. O ônus, como sempre, é do contribuinte.  (Coluna de Claudio Humberto – 12/10)

“Hoje, os professores, estão nas ruas do Rio de Janeiro reivindicando um aumento de salário, melhores condições e mudanças (necessárias) na área da educação. Eles estão apanhando por isso”. (Fábio Porchat, ator e roteirista)

 

“E o partido Solidariedade diz que é de centro-esquerda. Só se for de centro espírita. Até morto eles filiaram”. (José Simão, jornalista)

“Condenar ou absolver é muito difícil. Exige coragem e juízo de valor. Recurso em cima de recurso, acima de um limite razoável, pode apenas adiar a coragem. Recursos infindáveis são um mal”. (Joaquim Falcão, Professo da FGV Direito Rio).

 “É difícil imaginar um país saudável em que quase a metade dos domicílios não tem rede de esgotos. Por opção, vamos gastar R$ 7,1 bilhões nos estádios de futebol padrão FIFA, enquanto em dez anos aplicamos somente R$ 4,2 bilhões em saneamento”. (Gil Castello Branco, economista, fundados e secretário-geral da Associação Contas Abertas).

“Apesar da crise, políticos permanecem enaltecendo o SUS, muito embora só utilizem o Sírio (Hospital Sírio Libanês), onde são recebidos à porta pelos professores-doutores de plantão.  (Gil Castello Branco)

“A lentidão da Justiça desserve ao estado de direito”. (do editorial “Mais rapidez e eficiência – O Globo – 07/10)

“A maior homenagem que o Brasil pode prestar à Constituição que fez 25 anos é começar por cumpri-la à risca, o que não vem sendo feito notadamente quanto ao artigo 37, que exige da administração pública o cumprimento dos princípios da legalidade, transparência, moralidade e impessoalidade”. (Dora Kramer, Jornalista)

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