Ex-senador Clésio Andrade é procurado em operação da Polícia Civil por desvio de recursos
Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal, com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios cumpriu 18 mandados de prisão, buscas e apreensões e de condução coercitiva só nesta sexta-feira. A Polícia Civil informou que entre os envolvidos está o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o ex-senador Clésio Andrade (PMDB). O caso dele é de prisão temporária. A polícia informou que, até o momento, Clésio não foi localizado. Clésio é um dos réus do processo do Mensalão Tucano, esquema de desvio de recursos públicos para a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998.
A busca se deu na sua residência, em Belo Horizonte (MG). Segundo o Ministério Público, o caso envolve organização criminosa instalada na direção do Sest/Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizado do Transporte), que, nos últimos anos, teria desviado recursos das entidades — os integrantes do chamado Sistema S. A operação, batizada de São Cristóvão, já cumpriu, ao todo, 21 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão temporária e 24 conduções coercitivas de suspeitos.
O sistema S se mantém de recursos advindos de contribuições fiscais das empresas. Segundo as investigações, os desvios ocorriam por meio do recebimento de vultuosas quantias pelos dirigentes do Sest/Senat a título de gratificação. Mesmo presas temporariamente, essas pessoas são presumidamente inocentes, ressalta o Ministério Público, até prova em contrário.
Em abril, Clésio Andrade anunciou a desistência da pré-candidatura ao governo de Minas. Na época, o partido alegou que o político aceitou a decisão da legenda, que desejava se coligar ao PT, cujo candidato é Fernando Pimentel.
Em abril, o portal G1 procurou representantes do senador para comentar a decisão. Elas não informaram se ela estaria ligada ao julgamento do mensalão tucano.