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Falta de médico derruba secretário municipal de Saúde

16 de setembro de 2009 - 00:00

O primeiro escalão da gestão do prefeito de Botucatu (100 quilômetros de Bauru), João Cury Neto (PSDB), sofreu ontem nova baixa com a saída do secretário de Saúde, Carlos Alberto Macharelli, que ocupava a pasta desde o início da administração municipal. As constantes reclamações envolvendo insuficiência de médicos e falta de medicamentos no município podem ter contribuído para seu afastamento do cargo. O substituto será o médico e vice-prefeito, Antônio Luiz Caldas Junior (PC do B).

A saída de Macharelli foi revelada durante solenidade que anunciou uma série de modificações na gestão da saúde em Botucatu, entre elas a transferência do comando da rede básica de saúde e do sistema de urgência e emergência, respectivamente, para a Fundação UNI e a Faculdade de Medicina da Unesp. Em tese, os dois serviços ficarão a cargo da Unesp, já que a Fundação UNI deverá ser presidida pelo médico da Faculdade, José Carlos Cristóvão, que também já foi delegado do Conselho Regional de Medicina de Botucatu (Cremesp).

Na opinião do vereador Luiz Aurélio Pagani, o Lelo Pagani (PT), os inúmeros problemas na área da saúde têm como responsável direto a atual administração. “Ele (Macharelli) é uma vítima das promessas de campanha que foram feitas. Eles prometeram revolucionar o setor de saúde, que estava bom, venderam esperança para a população e a primeira vítima a cair foi o secretário da Saúde”, avalia. “O responsável é a administração em geral, o prefeito e o vice-prefeito. A gente via que ele tinha o respaldo diretamente do prefeito”.

O vereador não acredita em mudanças no setor e afirma que a situação da saúde no município só irá se resolver com alterações na forma de pensamento dos membros do novo governo. “Nós deixamos um pronto-socorro para funcionar em Botucatu. Como ele foi feito na administração anterior, eles não querem inaugurar. E a população é que fica sofrendo”, reclama. “Se eles mudarem o jeito de pensar e de atuar na gestão da saúde em Botucatu, acredito que possa melhorar. Agora, ele tem que fazer essa mudança de pensamento”.

Segundo o novo secretário de Saúde, Antônio Luiz Caldas Junior, essa reestruturação vem sendo estudada há tempos e os novos planos foram anunciados ontem. De acordo com ele, o superintendente do Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu, Emílio Carlos Curcelli, convidou Macharelli para auxiliá-lo na gestão dos novos serviços que serão assumidos pela entidade. “Nesse processo, a secretaria da Saúde vai ganhar agora uma função de articulação política”, diz.

Por meio do contrato de gestão que deverá ser firmado com a Fundação UNI, uma entidade privada, sem fins lucrativos, instituída pela Unesp, prefeitura e pelas associações de moradores da cidade, a organização ficará responsável pela gestão dos serviços pertencentes à rede básica de saúde de Botucatu como o Programa Saúde da Família e as unidades de referência, revela o secretário. O novo sistema deve começar nos próximos quinze dias.

Além da questão da restruturação, a alteração foi motivada, segundo Caldas Junior, por um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que apontou como irregular a contratação, por entidades filantrópicas, de mais de trezentas pessoas que atuavam no setor. “Então, nós elaboramos um projeto de lei e abrimos uma habilitação para que entidades se qualificassem junto à prefeitura como organizações sociais”, conta. A vencedora foi a Fundação UNI.

Fonte: Jornal da Cidade/Bauru

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