GATILHO/SERVIDORES:Vereador Damasceno obtém liminar na Justiça para evitar votação do parcelamento

Na sessão da Câmara de ontem (03) deveria ocorrer uma sessão extraordinária para votação do parcelamento do “gatilho” dos servidores, que é de 7,5% e representa as perdas com a inflação, em três vezes: 2,5% em julho, outubro e dezembro. Porém, o vereador Wilson Damasceno conseguiu uma liminar da Vara da Fazenda Pública impedindo a tramitação do projeto.

Segundo o mandando de segurança impetrado pelo vereador, o Código de Administração do Município prevê que a data base para a revisão anual da remuneração dos servidores é dia 1º de abril.

Mas o prefeito Vinícius Camarinha enviou em caráter de urgência à Câmara o Projeto de Lei Complementar nº 15, o qual pede que os vereadores aprovem o parcelamento do gatilho em três vezes, pois as despesas com a folha de pagamento estão acima do limite máximo fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Desta forma, o Prefeito não estaria levando em consideração a data base do pagamento do ajuste salarial. Além disso, segundo o documento, o fato de as despesas com pessoal estar acima do limite não é motivo para não conceder reajuste aos servidores, que é garantida por lei.

Segundo entendimento do Juiz da Vara da Fazenda Pública, Silas Silva Santos, a Mesa Diretora estaria cometendo uma ilegalidade se colocasse o projeto para votação. “O Projeto de Lei Complementar estaria a vulnerar o direito adquirido dos servidores, pois que a data base, fixada na Legislação Municipal em obediência a ditame constitucional, já se aperfeiçoou”.

Como o reajuste deveria ter sido feito no dia 1º de abril deste ano, referente às perdas com a inflação no ano passado, constitui “maltrato quanto ao disposto na Constituição Federal e também na Legislação Municipal”, escreve o juiz. Assim, foi suspensa a tramitação do projeto.

Durante o pequeno expediente, que é o momento em que os vereadores têm dez minutos para falar sobre qualquer assunto, o vereador Herval Rosa Seabra disse que o projeto deveria ter sido votado ontem mesmo porque a Prefeitura não tem condições financeiras para arcar com o reajuste. Mas o vereador se esquece de que o dissídio é garantido por Legislação Municipal.

Antes de saber dessa decisão de suspender o projeto, os membros da Associação dos Agentes Municipais de Segurança Patrimonial distribuíram para todos os vereadores durante a sessão cópia de dois requerimentos endereçados ao Presidente da Câmara, Luiz Eduardo Nardi, e para o Prefeito Vinícius Camarinha.

No documento, os vigilantes pedem que pagamento do dissídio seja feito à vista. “Se tratando de um direito adquirido não é cabível nem aceitável que esta administração, como ente público, não cumpra a Legislação. E que o pagamento imediato e de uma única vez do dissídio dos servidores municipais é honrar aquilo que o município se propôs a cumprir através de Lei própria”.

O requerimento ainda afirma que o pagamento é uma questão moral e pede que os vereadores não aprovem “qualquer projeto do Executivo que contrarie a legislação municipal vigente ou os direitos dos servidores públicos municipais”.

Clique aqui e leia a decisão.