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Governo de SP teria acelerado obra do Rodoanel em 14 meses

17 de novembro de 2009 - 00:00

O governo de São Paulo teria alterado o método construtivo e a execução do trecho sul do Rodoanel para abreviar em 14 meses a conclusão da obra, segundo o jornal Estado de S.Paulo. A obra de 61,4 km que ligará quatro rodovias ao sistema Anchieta-Imigrantes teve um incidente na noite de sexta-feira, quando três vigas caíram sobre veículos deixando três pessoas feridas e interditando um trecho da rodovia Régis Bittencourt por 12 horas.

A construção da obra do Rodoanel começou em maio de 2007 e deveria ser entregue em 48 meses, segundo a previsão do contrato. O prazo, segundo o jornal, acabou encurtado para 34 meses, com previsão de entrega no final de março de 2010. Essa data seria um mês antes do limite para o governador José Serra (PSDB) sair do cargo público caso decida concorrer à sucessão presidencial pelo seu partido. Segundo o jornal, a construção do Trecho Oeste, que tem metade da extensão do Trecho Sul, durou quatro anos.

Segundo o Estado, um informativo oficial do governo indicou em setembro de 2008 que Paulo Souza, diretor de engenharia da Dersa S.A, responsável pelo gerenciamento das obras, tentaria terminar o Trecho Sul até novembro deste ano. O jornal também afirma que neste ano, Souza ganhou um prêmio de engenharia por antecipar em um ano a entrega do Rodoanel e diminuir os custos da obra.

Engenheiros consultados pelo jornal afirmaram que a mudança no método construtivo é uma estratégia usada para baratear custos e reduzir cronogramas de obras. Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) teria revelado que vigas pré-moldadas substituíram estruturas de balanços sucessivos nas obras, e que as empreiteiras teriam deixado de fazer 10 mil m² de tabuleiros entre as pontes. As mudanças, com métodos considerados seguros, teriam resultados em economia de R$ 20 milhões.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que tinha autorizado a colocação dessas vigas na noite de segunda-feira. O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de São Paulo (Crea-SP) afirmou na tarde desta segunda-feira que a hipótese "mais provável" para o desabamento é uma falha na colocação das vigas da estrutura. Segundo o presidente da entidade, José Tadeu da Silva, a forma correta para o encaixe das peças é de cinco – duas laterais e três intermediárias, de forma que se sustentem.

A Secretaria dos Transportes informou que a mudança do método construtivo foi baseada em critérios técnicos e negou que tenha havido mudança no cronograma original.

Fonte: JB/O Estado de SP

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