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Greve de Residentes

24 de agosto de 2010 - 00:00

Os residentes estão em greve.  A residência médica é um dos mais bem sucedidos programas de treinamento em serviço. Aproxima médicos jovens dos experientes e promove um aprendizado progressivo e tutelado e é a grande garantidora de que a população poderá ter médicos preparados para atendê-los com qualidade. São 20.000 no país e muito contribuem no Sistema Único de Saúde (SUS). Na segunda (16), o ministério ofereceu aumento de 20% na bolsa a partir do orçamento de 2011, mas até agora a proposta não foi aceita pelos residentes. Os residentes recebem R$ 1.916,45 por 60 hs semanais de trabalho. Entre as reivindicações estão um reajuste de 38,7% na bolsa mensal, instituição de data-base anual para reajuste, 13º salário, aumento da licença maternidade de quatro para seis meses e de paternidade de cinco dias, além de adicional de insalubridade. Muitos de seus preceptores, na FAMEMA, recebem cerca de R$ 1.400,00 por 20 hs semanais. Essa cadeia de precarização de recursos humanos no SUS não pode continuar. Os salários de seus profissionais estão financiando o sistema. A sociedade brasileira suporta pagar salários de até 30 vezes isso no judiciário, que não atua com transparência, sofre baixo controle social e leva dez anos para definir uma sentença. Na saúde, tolera salários como esses para aqueles que cotidianamente buscam controlar a dor e o sofrimento e retardar a morte? Jovem, não verás país algum…

* Carlos Rodrigues da Silva Filho é médico, professor universitário e diretor da MATRA. Artigo enviado ao jornal Bom Dia Marília

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