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Indústria mostra confiança no crescimento da geração de empregos este ano

23 de janeiro de 2010 - 00:00

A indústria vai retomar neste ano o crescimento na geração de empregos. A avaliação é feita tanto por empregados quanto por patrões, que se mostram confiantes na criação de mais postos de trabalho nos próximos meses, com base na retomada de investimentos e projetos prevista para 2010. O gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, por exemplo, aposta que a indústria vai liderar o crescimento econômico neste ano.

“O setor industrial vai liderar o crescimento, motivado pelo mercado doméstico para atender à demanda tanto de consumo das famílias quanto de investimentos, que vai reagir mais fortemente”, afirmou Castelo Branco. No entanto, acrescentou o economista, “o mercado externo vai ser um fator limitativo, mas o crescimento da indústria vai refletir em novas contratações”.

Ele destacou que, no ano passado, todos os setores industriais, com exceção do de alimentos e bebidas, sofreram com a perda de empregos. Entre os mais afetados, citou os de madeira, material elétrico, telecomunicações, equipamentos de transporte e veículos automotores e têxteis.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, ressaltou que o crescimento das oportunidades de emprego na indústria pode ser observado desde o fim do ano passado. No entanto, alguns setores, como o de máquinas, demoram um pouco a reagir. “Alguns setores têm um processo de maturação para reagir, mas a procura por projetos tem sido grande”, disse Nobre.

Ele mostrou-se, contudo, preocupado com o crescimento das importações. Existe uma grande quantidade de produtos encalhados fora do Brasil e há interesse de vendê-los para um país que esteja crescendo, caso em que o Brasil se encaixa, explicou o sindicalista.

“Isso nos preocupa, porque, no nosso caso, o principal setor é o de autopeças. E o que pode acontecer é termos um ano muito bom em produção, mas com peças vindo de fora. Como o setor de autopeças é significativo para a nossa categoria, podemos ter problemas aqui em relação ao emprego”, afirmou Nobre.

Segundo ele, as montadoras estão começando a contratar funcionários e a retomar os investimentos, mas é necessário que as peças para os veículos automotores sejam feitas pela indústria nacional, e não lá fora. “As empresas sempre dizem que, para fornecer peças e equipamentos, deve-se levar em conta preço e qualidade .No entanto, na crise, como as matrizes estão com problemas, a prioridade é a matriz resolver seu problema, mas as matrizes estão mandando peças de lá para cá.”

A indústria de transformação foi um dos setores que mais demoraram a registrar saldo positivos de emprego em 2009. Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, apenas em abril, com a criação de 183 empregos, a indústria de transformação teve saldo positivo de contratações, desde o início da crise financeira internacional, em setembro de 2008.

Nos meses seguintes, a indústria registrou somente saldos positivos de contratações – a exceção foi dezembro, que registrou déficit de contratações, com o fechamento de 166.040 postos de trabalho. No fim do ano, a indústria fechou com saldo positivo de 10.856 novos empregos. No total, o ano de 2009 fechou com a criação de mais de 995 mil novos empregos com carteira assinada.

 

Fonte: Agência Brasil

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