Indignação: Mulheres protestam contra ações de secretário de assistência social de Marília
Representantes da Coordenadoria de Políticas para Mulheres, do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e da UBM (União Brasileira de Mulheres) protestaram ontem durante a Sessão da Câmara contra uma série de atitudes do Secretário de Assistência Social, Clóvis de Melo, que podem inviabilizar a instalação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Marília.
Os vereadores Sydney Gobetti, Marcos Custódio e Pedro do Gás foram nomeados para formar a Comissão responsável por ouvir as reivindicações das mulheres.
A coordenadora de políticas para mulheres, Adriana Tognoli, relatou que o secretário, por duas vezes, mandou devolver, sem consultar nenhuma entidade envolvida com as questões relativas às mulheres na cidade, uma verba federal de R$ 150 mil conseguida pela Coordenadoria de Políticas para Mulheres e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher alegando falta de demanda na cidade.
“O secretário devolveu uma verba que não era dele, é da Coordenadoria. Foi um ano de trabalho para que esse convênio com o Governo Federal fosse firmado e no final não fomos consultadas sobre essa devolução da verba por suposta ‘falta de demanda’. Essa verba seria usada para a instalação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher, que serviria para acolher mulheres vítimas de violência. Esse é um equívoco muito grave. Essa decisão pode inviabilizar a realização de políticas públicas para mulheres em Marília”, disse Tognoli.
Além disso, ela relatou que o carro que era destinado a Coordenadoria está sendo usado pelo próprio secretário de assistência social – informação confirmada por reportagem do jornal Correio Mariliense (leia aqui).
Devido a esses desmandos de Clóvis de Melo, essas mulheres foram ontem à Câmara pedir aos vereadores que usem sua força de pressão para reverter essa situação junto ao poder municipal e federal.
O vereador Sydney Gobetti se comprometeu em agendar uma reunião com o prefeito e com o secretário para intervir em favor das mulheres.
“É evidente que essa administração não tem compromisso com políticas públicas. Isso não pode acontecer. Faremos a reunião, mas precisamos tomar uma decisão firme”, disse Gobetti.
Para a MATRA, atitudes como essa deixam claro a falta de sensibilidade de nossos governantes perante os problemas da sociedade. Recusar uma verba federal para atendimento à mulheres vítimas de violência alegando falta de demananda só pode ser resultado de incapacidade administrativa ou de falta de conhecimento a respeito do alarmante número de vítimas diárias desse tipo de violência. De qualquer forma, o responsável pela ação não pode, até o momento, ser visto como capacitado para ocupar o cargo em que está.