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Inflação acumula alta de 2,06% no primeiro trimestre, maior desde 2003

08 de abril de 2010 - 00:00

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,52% em março, uma desaceleração ante a alta de 0,78% em fevereiro, segundo divulgou nesta quinta (8), o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre de 2010, contudo, o IPCA acumula alta de 2,06%, o maior nível para o período desde 2003, quando o indicador acumulado chegou a 5,13%. A principal pressão, segundo o IBGE, veio dos preços dos alimentos.

A alta acumulada de 3,69% nos preços dos alimentos nos primeiros três meses de 2010 é a maior já registrada para um primeiro trimestre desde 2003 (5,12%), segundo observou a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. Além disso, a alta dos alimentos em março, de 1,55%, também é a maior para o mês desde 2003. Ela destacou ainda que o aumento dos alimentos nos três primeiros meses deste ano já superou a alta acumulada em todo o ano passado (3,18%).

Os problemas climáticos, com excesso de chuva e calor, consistem no principal fator a explicar a "alta generalizada" que foi registrada nos produtos alimentícios em março. Eulina disse que o único efeito claro da demanda maior sobre os preços, segundo informações fornecidas pelos produtores, está no leite pasteurizado, que subiu 8,03% no mês. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,17%.

 

Resultado de março

O grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 1,55% no IPCA de março, ante avanço de 0,96% em fevereiro, contribuindo sozinho com 0,35 ponto porcentual, ou 67% do total do indicador no mês passado, quando subiu 0,52%. O tomate, sob impacto das fortes chuvas que prejudicaram a lavoura do produto, subiu 42,95% em março e representou a maior contribuição individual (0,08 pp) para a taxa no período.

Por outro lado, os produtos não alimentícios registraram desaceleração de preços em março (0,22%) ante fevereiro (0,73%). A perda de ritmo acompanhou as variações menores ocorridas no grupo de educação (0,54% ante 4,53%, no período) e transportes (-0,54% ante +0,79%), neste caso puxado pelos combustíveis, que passaram para uma queda de 2,51% em março, de uma alta de 1,14% em fevereiro.

De acordo com Eulina, apesar de os alimentos terem exercido a maior pressão (0,35 ponto porcentual) no IPCA de março (0,52%), vários outros grupos de produtos, como artigos de residência (0,36% em fevereiro e 1% em março), vestuário (-0,52% para +0,66%) e despesas pessoais (0,40% para 0,77%) aceleraram os reajustes de fevereiro para março.

Ela exemplificou que alguns produtos que deixaram de ter incentivos fiscais tiveram reajustes no mês, como eletrodomésticos (2,43%) e mobiliário (1,09%), e disse que a alta nos seguros para automóveis (2,27%) também antecipou o fim do IPI reduzido para os veículos. Esses três itens, juntos, tiveram impacto de 0,05 ponto porcentual na taxa do IPCA de março. O resultado de março ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,45% a 0,57%), levemente acima da mediana de 0,50%.

Inflação da baixa renda avança 0,71%

O INPC, que mede a inflação para a camada de renda mais baixa da população, registrou alta de 0,71% em março, ante 0,70% em fevereiro. No ano, o INPC acumula alta de 2,31% e em 12 meses, de 5,30%.

Os produtos alimentícios, com forte impacto nesse índice, subiram 1,68% em março, ante 1,09% em fevereiro. O INPC mede a inflação para famílias com renda de um a seis salários mínimos, enquanto o IPCA refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos.

Fonte: O Estado de SP

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