Notícias

Busca

MATRA

Irregularidades: Justiça bloqueia bens de superintendente da Zona Franca de Manaus

22 de fevereiro de 2011 - 13:39

Uma liminar da Justiça Federal do Amazonas bloqueou um veículo e dinheiro em conta-corrente da superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Flávia Grosso, e de mais quatro pessoas. Reportagem veiculada hoje pela Folha de São Paulo relata que o total dos bens bloqueados soma R$ 3,7 milhões. Os cinco são acusados, em duas ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Federal, de lesar o patrimônio público e de enriquecimento ilícito.

Segundo as ações, o TCU (Tribunal de Contas da União) constatou irregularidades na aplicação de R$ 70 milhões em um convênio assinado por Flávia Grosso e o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas, Maurício Loureiro.

O TCU informa que o dinheiro seria gasto na revitalização do sistema viário do distrito industrial, área que abriga a maior parte das 400 indústrias de Manaus. Mas constatou que não houve comprovação de realização efetiva dos serviços.

Flávia Grosso foi a primeira mulher a assumir a superintendência, em 2003. A decisão da Justiça sai no momento em que o governo Dilma Rousseff discute a mudança no cargo.

A Suframa é uma autarquia federal, subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que concede os incentivos fiscais às indústrias da Zona Franca. No ano passado, as empresas faturaram US$ 35,1 bilhões.

Segundo a Justiça, os bens estão bloqueados com o objetivo de viabilizar o pagamento ou devolução de valores, em caso de condenação dos acusados.

Outro lado

A superintendente negou as acusações de enriquecimento ilícito e improbidade administrativa. "Estou na Suframa há mais de 37 anos. Dediquei minha vida a essa autarquia. Tenho convicção que sempre me pautei pela legalidade e tecnicidade das decisões."

Ela disse que não foi notificada pela Justiça Federal da decisão que bloqueou seus bens, mas falou que a liminar interfere em sua vida pessoal. "Principalmente na minha imagem pessoal que solidifiquei durante anos de muito trabalho."

Flávia Grosso falou ainda que estranhou a decisão. "O Ministério Público tem conhecimento das obras do setor industrial desde 2008, quando houve tratativas para se firmar um compromisso de ajustamento de conduta, e somente agora está agindo."

Comentários

Mais vistos