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Justiça Federal condena primeiro réu do mensalão

02 de setembro de 2010 - 00:00

O MPF (Ministério Público Federal) em Minas Gerais informou que o advogado Rogério Lanza Tolentino foi condenado pela Justiça Federal a sete anos e quatro meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele é o primeiro réu a ser condenado por envolvimento no esquema do mensalão.

Tolentino era advogado da empresa SMP&B Comunicação, do publicitário Marcos Valério, e terá também de pagar R$ 2 milhões, valor equivalente a 3.780 salários mínimos. A sentença foi proferida na última segunda (30).

O escândalo do mensalão, que veio à tona em 2005, foi um esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político.

A Justiça determinou ainda a perda de bens do réu já sequestrados em 2008 e seu embargo, proibindo-o de exercer cargo ou função pública por 14 anos e oito meses. A denúncia foi feita pelo (MPF) em Minas Gerais.

O ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), referiu-se a Tolentino como “verdadeiro braço direito de Marcos Valério, acompanhando-o em reuniões com outros acusados, indo à sede de empresas aparentemente envolvidas no suposto esquema de lavagem de dinheiro e inclusive fazendo repasses de dinheiro através de sua empresa, a Lanza Tolentino & Associados”.

Conforme a denúncia do MPF, Tolentino agiu entre 2002 e 2005, e a lavagem de dinheiro foi feita para ocultar e dissimular a origem e a natureza dos valores movimentados em função do esquema. O advogado, porém, alega  que os altos valores que ele movimentava decorriam de sua atividade profissional.

Para o juiz da 4ª Vara Federal de Minas Gerais, Alexandre Buck Medrado Sampaio, “a versão do réu sobre a origem se choca e se desmonta com as perícias realizadas”. A defesa do advogado pode recorrer da decisão no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Além de Tolentino, há outros 38 réus da ação penal que tramita no Supremo, entre eles os petistas José Dirceu e Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério.

O STF desmembrou o caso em diversos inquéritos que estão sendo julgados nos Estados de origem dos crimes. Por este motivo, a condenação de Tolentino foi executada pelo juiz da 4ª Vara Federal de Minas.

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