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Leishmaniose: MATRA denunciou problema em dezembro

13 de janeiro de 2017 - 16:17
Veio à tona nos últimos dias a informação sobre a mudança de classificação de Marília em relação à leishmaniose visceral em humanos de “transmissão esporádica” para “transmissão intensa” a partir de 2017. A MATRA – Marília Transparente já vem denunciando o perigo desde o final da última administração municipal.
Em meados de dezembro a entidade, que luta pela transparência no poder público, levou ao conhecimento da população o comentário do responsável pelo Departamento de Zoonoses do município sobre a questão em reunião do Comus (Conselho Municipal da Saúde). “Se nada for feito vai ser necessária uma matança”.
A declaração tem ligação com a descoberta que em algumas regiões da cidade até metade dos cães estão contaminados, o que exigiria a eutanásia desses animais. A estimativa é de que em Marília existam 50 mil cachorros. Logo, se atitudes contundentes para o controle da doença não forem tomada com agilidade, 25 mil cães poderão estar contaminados em breve.
Os cães doentes são “reservatórios” do protozoário que provoca a doença transmitida para os humanos por meio do mosquito palha. O vetor coloca seus ovos em restos de alimentos em decomposição e fezes de animais, onde as larvas se desenvolvem. Nos últimos meses, a cidade vive um caos na coleta de lixo que só começa a ser normalizada agora. Um agravante.
Em 2016, oficialmente dez pessoas tiveram confirmação para leishmaniose visceral em Marília. Isso significa uma explosão nos casos. A cidade apresenta contaminação em humanos desde 2011, quando foi registrado um caso de leishmaniose visceral. Em 2014 foram outras duas ocorrências e em 2015 mais uma.
Quando a MATRA denunciou o problema em dezembro também foi divulgada a informação de que a Zona Norte concentrava a maior parte dos cães contaminados. Especificamente em partes do bairro Jânio Quadros a incidência seria de 46% dos animais com a doença. As informações de agora reforçam a importância da denúncia feita pela entidade.
Cinco das dez pessoas que tiveram a confirmação da leishmaniose visceral em Marília – metade das vítimas, portanto – vivem justamente no Jânio Quadros. No entanto, depois do alerta feito pela MATRA, a última administração municipal escolheu ignorar a alarmante situação e simplesmente respondeu com ataques à entidade, que apenas cumpriu seu papel.
O tempo corre e os mosquitos-palha não esperam pelas decisões dos gestores. Continuam transmitindo a doença. A informação da atual gestão é de que no próximo dia 17 de janeiro uma ampla reunião com especialistas e membros de diversos setores da administração deve marcar o início da luta contra mais esse problema. A expectativa é que seja apresentado um plano de trabalho de combate à leishmaniose visceral no município. A MATRA está de olho.

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