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Líder comunitário pede à Câmara investigação de epidemia, contrato e pagamentos

07 de maio de 2015 - 10:16

O líder comunitário e catador de recicláveis Ademar Aparecido de Jesus protocolou no final da tarde desta quarta-feira um pedido para que os vereadores de Marília instalam uma Comissão Processante para investigar omissão, suspeitas em contrato e pagamentos e manipulação de informações sobre a epidemia de dengue na cidade.

O alvo da comissão, a exemplo de um outro pedido protocolado em março, é o prefeito Vinícius Camarinha. Segundo o catador, o prefeito recebeu informes da Sucen desde janeiro de 2014 alertando sobre os riscos de epidemia e não tomou as medidas de prevenção.

A epidemia se instalou em outubro de 2014 já provocou milhares de casos de doentes e um número não definido de mortes. Oficialmente a prefeitura admite 14.632 doentes e oito mortes.

“Enquanto o prefeito fala em seis, sete, oito mortes, eu acabei de protocolar 14 certidões de óbito obtidas junto aos cartórios que apontam bem claro a causa da morte. Veja bem, 14 eu acabei de protocolar”, disse o catador depois de oficializar o pedido na diretoria da Câmara. Ademar é líder comunitário e ativista cultura na zona norte da cidade. Diz que trabalhou com projetos sociais de integração pelas artes até 2013, quando o apoio aos projetos foi cortado, segundo ele.

Ademar afirmou que a justificativa é que a população de baixa renda sofre mais os impactos da epidemia e a “inoperância, inércia e pasmaceira do poder público”. O líder comunitário disse ainda que vai encaminhar cópias da petição a diferentes ONGs e movimentos sociais para que haja acompanhamento da votação do pedido na Câmara.

“Apesar do que dizem que as coisas erradas geralmente não são apuradas em nossa cidade acredito que temos no legislativo e judiciário muitos homens e mulheres sérios”, disse Ademar de Jesus.

Ainda segundo o líder comunitário, a contratação da empresa Agroatta para trabalho de pulverização de inseticida e limpeza dos bairros é no mínimo suspeita e precisaria ser analisada pela Câmara.

O pedido de instalação da CP deve entrar em votação na próxima segunda-feira e precisa de oito votos para ser aprovado. O primeiro pedido recebeu apenas três votos. A votação é nominal. A base do prefeito na Câmara conta com dez votos.

OUTRO LADO

Em resposta ao pedido e acusações, a prefeitura respondeu que “a epidemia de dengue é nacional e histórica. O país e o Estado de São Paulo passam por este problema. A Secretaria Municipal de Saúde reafirma que todo o trabalho preventivo e as ações de combate à doença e ao atendimento aos pacientes foram feitos corretamente.  O trabalho, realizado em Marília, inclusive, foi elogiado pelo Coordenador de Controle de Doenças do Estado, Marcos Boulos.”

Ainda segundo diretoria de comunicação da Prefeitura, “os números relacionados a dengue, em Marília, estão disponibilizados no site da Prefeitura”. A mensagem deixou de responder como a administração avalia os documentos que apontam os riscos de epidemia desde janeiro de 2014 ou os 14 atestados de óbito. A prefeitura também não respondeu se há previsão de novos contratos de emergência para controle da epidemia.

Fonte: Giro Marília

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