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Lula sobre vídeo de Arruda: “Imagem não fala por si”

01 de dezembro de 2009 - 00:00

O presidente Lula defendeu hoje (1º), em Portugal, cautela na análise das denúncias contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), acusado de pagar mesada em troca de apoio a deputados distritais e auxiliares. De acordo com o presidente, as imagens em que Arruda aparece recebendo pacotes de dinheiro de seu então assessor, Durval Barbosa, autor das denúncias, não permitem que se faça um julgamento do governador. O petista defendeu o aprofundamento das investigações.

“A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração, é todo o processo de investigação. Quando tiver toda a apuração e investigação terminadas, a Polícia Federal vai ter que apresentar o resultado final do processo. Aí você pode fazer juízo de valor e mesmo assim quem vai fazer é a Justiça”, disse Lula em entrevista coletiva em Estoril, onde participa da XIX Cúpula Ibero-Americana.

Veja o vídeo em que Arruda recebe o dinheiro de Durval

O presidente disse que não está acompanhando o caso – deflagrado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, e batizado em Brasília de mensalão do DEM -, porque as investigações não estão em sua alçada. “Não estou acompanhando, porque está na esfera da Polícia Federal e se está na esfera da Polícia Federal o presidente da República não dá palpite, espera a apuração para depois falar alguma coisa.”

Reforma política

Na mesma coletiva, Lula cobrou do Congresso Nacional a aprovação da reforma política e do financiamento público de campanha. Na avaliação dele, essas duas mudanças são fundamentais para reduzir os crimes eleitorais, como o uso em campanha de recursos não declarados à Justiça eleitoral.

"Já mandei duas minirreformas políticas para o Congresso Nacional. Mandamos agora uma reforma com sete pontos importantes para serem votados, entre eles o financiamento público. Espero que o Congresso tenha maturidade para compreender que grande parte dos problemas que acontecem envolvem a questão da estrutura partidária no Brasil", defendeu o presidente.

Arruda na berlinda

A cúpula do DEM se reúne esta tarde para
decidir o futuro partidário de Arruda. Um grupo defende a expulsão sumária do único governador da legenda. Outra ala entende que é preciso dar tempo para que ele apresente explicações satisfatórias. A oposição ao GDF e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) prometem apresentar ainda esta semana um processo de pedido de impeachment do governador.

Em entrevista coletiva, José Roberto Arruda descartou ontem (30) a possibilidade de renúncia ou afastamento do cargo. O governador do DEM respondeu apenas uma pergunta feita pelos jornalistas. E reiterou na breve resposta a disposição em permanecer no cargo. “Estamos firmes. Isso vai até o fim”, disse Arruda.

No primeiro pronunciamento após a operação da Polícia Federal Caixa de Pandora, o governador acusou o secretário de relações institucionais, Durval Barbosa, a quem classificou como "herança maldita do governo anterior". O governador ressaltou que apresentará a defesa no momento oportuno. Segundo ele, as denúncias se devem à economia que seu governo fez na área de informática (leia mais).

"O nosso governo reduziu os gastos de informática em mais de 50% em relação ao governo passado. Em 2006, foram gastos R$ 510 milhões em informática. Em 2009 gastamos R$ 209 milhões, menos da metade, portanto. Isto, estou certo, contrariou a muitos interesses, políticos e empresariais, que agora fica claro são ligados ao denunciante", afirmou.

Arruda disse que os pacotes de dinheiro que aparece recebendo no vídeo gravado por Durval foram declarados em sua prestação de contas na Justiça eleitoral. Além das imagens, um grampo também feito por Durval compromete o governador. No áudio, o chefe do Executivo aparece discutindo a distribuição de R$ 400 mil para aliados.

Diversos vídeos anexados ao inquérito registram deputados distritais e assessores de Arruda e do vice-governador, Paulo Octávio (DEM), recebendo pacotes de dinheiro de Durval (veja os principais vídeos).

Fonte: Congresso em Foco

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