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Médicos em estado de greve

23 de novembro de 2010 - 10:08

 

 

A estratégia da Saúde da Família é central na proposta do Ministério da Saúde de oferecer uma assistência médica ao mesmo tempo acessível, preventiva e efetiva aos cidadãos através do SUS. Em todo o Brasil temos hoje algo como 30.000 equipes de saúde da família, contando com ao menos médico, enfermeiros e agentes de saúde, que se responsabilizam pela saúde e pela doença de cerca de 2.000 a 4.000 pessoas por equipe. Alguns locais são ainda apoiados por NASFs, onde se podem encontrar especialidades.

 

 

Esse modelo visa substituir aos poucos o modelo anterior de atenção em unidades básicas de saúde, voltado para a doença (Postos de Doenças) por um com envolvimento profundo com a população (Postos de Saúde).

 

Padece nesse momento de falta de resolutividade.

Parte desse problema se deve a impossibilidade de se educar profissionais com as características necessárias para operar esse sistema, nessa magnitude, aos milhares.

Outra parte se deve às dificuldades semelhantes ao que se está encontrando em Marília: um sistema de saúde com baixa gestão, parte do SUS privatizado, no que se refere a exames subsidiários melhor remunerados pelo sistema e indefinição de responsabilidades na manutenção do Sistema. As conseqüências são precarização progressiva da assistência, baixa resolutividade e dificuldades nos encaminhamentos para níveis progressivos de complexidade, com perdas difusas, mas principalmente aos mais pobres.

Nesse contexto, a reação dos profissionais de saúde de Marília a esse estado de coisas deve ser entendida como um grito de socorro e a busca por colocar na agenda, reativa e pouco planejada da PMM, problema tão relevante.

A não renovação da CPMF tirou do financiamento do SUS, algo como 20 bilhões de reais anuais. Nada se colocou no lugar. Parte considerável do financiamento desse sistema hoje, em todo o Brasil, vem pela parte retirada (não entregue) do salário do pessoal da saúde, sendo responsável pela baixa remuneração de seus profissionais.

Se a sociedade como um todo, não se envolver na solução desse problema, continuará a receber apenas parte dos serviços potenciais, muito aquém do que um sistema como esse, bem gerenciado e financiado pode de fato devolver a ela.

*Dr.Carlos Rodrigues da Silva Filho

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