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Marcha da Cidadania: "queremos ser cidadãos de nosso próprio futuro"

16 de julho de 2013 - 10:43

De maneira muito sábia, Ulysses Guimarães disse uma frase durante os movimentos pela redemocratização do Brasil em 1984 que marcou época e continua bastante atual. Ele dizia que “a única coisa que mete medo em político é o povo nas ruas”. O filósofo italiano Antônio Negri também retrata a mesma temática: “O medo, na classe política, só é despertado pela multidão”.

Os protestos ocorridos em todo o país são o maior levante popular no Brasil desde a redemocratização e trazem à tona debates sobre os rumos da democracia representativa brasileira. Neste sentido, em Marília será realizada no próximo sábado a 1ª Marcha da Cidadania.

Segundo o Padre Edson de Oliveira Lima, Pároco da Igreja Sagrada Família e Orientador Espiritual do Conselho Diocesano de Leigos, da Comissão de Justiça e Paz e do Grupo de Fé e Política, as manifestações tem sido uma forma nova de fazer política mais participativa e mais ativa tanto no cenário nacional, quanto no municipal. “Nesses últimos tempos nós não temos reconhecido nossa cidade por diversos fatores e também por falta de uma participação mais ativa da sociedade civil”.

Ele lembrou que o poder constituído não tem feito “uma gerência correta e honesta. Desculpe a palavra, mas a gente não precisa ficar inventando vocabulários, pois existe muita desonestidade e uma corrupção que é corrente, como que um mal desse nosso país. Chegou um tempo em que essas marchas são um basta a tudo isso. A Marcha da Cidadania tem esse nome porque nós somos cidadãos e queremos o bem de nossa cidade. É um modo de a gente ir às ruas e dizer que nós não somos idiotas e passíveis. Queremos uma participação mais ativa, nós queremos ser cidadãos do nosso próprio futuro. Queremos que os políticos legislem em favor do bem público e não em vista do bem privado”, disse.

Um dos objetivos da Marcha, segundo padre Edson, é lembrar que foram aprovados pela Câmara Municipal Projetos de Lei que “cerceiam a capacidade dos servidores públicos de se manifestar, o que não caracteriza um estado democrático, e ajudar na reflexão de que aqueles que estão nas ruas, os andarilhos, já estão em uma situação marginalizada e houve violência para esses que já estão tão agredidos pela condição social. Não se pode esquecer que quinze pessoas foram expurgadas daqui, levadas para um trevo de outra cidade sob tortura. Marília tem como título ‘Cidade de Amor e Liberdade’. Eu não sinto que existe tanto amor assim da nossa classe dirigente e não sinto que é uma cidade em que se manifesta a liberdade”.

As manifestações são uma reação ao sistema político que se estagnou, envelheceu e se fechou ao diálogo com a população. Portanto a Marcha da Cidadania é necessária para dar dinamismo à sociedade.

“Assim como um mosaico que tem muitas peças e forma um único rosto, nós queremos um rosto de uma cidadania ativa para a cidade de Marília. Que ela seja de fato um símbolo de amor e liberdade”, falou.


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