MATRA alerta para má qualidade dos serviços públicos
A má qualidade em alguns serviços públicos prestados à comunidade, que muitas vezes precisa ser refeito, gerando gastos desnecessários, é um alerta que a diretoria da MATRA – Marília Transparente – está fazendo à administração do prefeito Mário Bulgareli. A entidade cita como exemplos os reparos na rede de água e também nos serviços de “tapa buracos”, em que é comum a camada asfaltica ceder, á aumentando o risco de acidentes, transtornos aos motoristas e o gasto desnecessário de material.
De acordo com a MATRA, o administrador público também precisa ficar atento à qualidade do serviço prestado, cobrando dos encarregados a utilização correta do material, evitando desperdícios. Recentemente, durante a polêmica criada na proposta de privatização dos serviços de água e esgoto, funcionários do DAEM (Departamento de Água e Esgoto de Marília) denunciaram que em muitos casos os vazamentos constantes na rede de abastecimento são provocados pela utilização de material de baixa qualidade. O assunto também foi amplamente discutido durante a plenária sobre o abastecimento na cidade, promovida pela MATRA. A entidade continua acompanhando o problema e aguarda as soluções propostas pela nova diretoria do DAEM.
No caso do asfalto, o problema é mais visível. Enquanto a Prefeitura está recapeando as principais artérias da cidade, são feitos buracos no asfalto e, o que é pior: com reparos de péssima qualidade. Basta percorrer alguns pontos da cidade e será possível constatar essa situação: má qualidade do material utilizado ou falta de um melhor critério técnico na execução dos reparos. Na avenida Archimedes Manhães, que dá acesso ao terminal rodoviário (saída para Bauru), os serviços de reparo no asfalto – após a implantação da rede de gás no local—deixou a desejar. Em dezembro, a MATRA registrou com fotos as depressões que se formaram na rua. Posteriormente, a Codemar (empresa de economia mista que tem como principal acionista a própria Prefeitura) refez o serviço, mas o asfalto já dá sinais de novo afundamento.
Na mesma avenida, numa distância de pouco mais de cem metros, a situação é ainda mais grave: o asfalto utilizado para tapar um outro buraco (aberto também pela empresa Gás Brasiliano) já cedeu cerca de dez centímetros, causando risco de acidentes, principalmente em motociclistas. O reparo asfáltico também afundou na avenida Cascata, próximo ao Educandário Bento de Abreu Sampaio Vidal. Um trecho de aproximadamente cem metros está afundando, justamente onde o asfalto havia sido recuperado.
Ao ser procurado, o diretor da Codemar, Guaracy Amado, admitiu que é preciso melhorar a qualidade do serviço executado para evitar que seja refeito. Como existem muitas frentes de trabalho na cidade, disse que não tem condições de acompanhar pessoalmente, mas se comprometeu a exigir mais atenção das equipes. Hoje o metro quadrado de asfalto refeito custa R$ 28,00.
Para a diretoria da MATRA, situações como essas precisam ser evitadas pela administração pública e também estão sendo acompanhadas pela entidade, por entender que não basta apenas fiscalizar a correta utilização dos recursos públicos, combatendo a corrupção e buscando a transparência. É preciso que a população tenha um serviço de boa qualidade, evitando desperdícios. Acima, citamos apenas dois exemplos (água e asfalto), mas também existem problemas mais graves, como o atendimento na rede básica de saúde.
Na foto, reparos no asfalto, como na avenida Archimedes Manhães, não foram feitos com critérios técnicos. Transtornos e gastos que poderiam ser evitados.