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MATRA distribui panfletos e alerta população sobre os riscos da privatização do esgoto

14 de dezembro de 2009 - 00:00

A MATRA- Marília Transparente está realizando desde sábado (12) a entrega de panfletos esclarecendo a população sobre o projeto de autoria da Prefeitura que prevê a privatização do esgoto e deve ser votado em sessão extraordinária nesta segunda-feira (14). Os diretores da entidade procuraram tirar dúvidas dos moradores e também ouviram muitas indignações de pessoas que não concoram com essa medida. Os panfletos foram entregues no centro comercial, feira livre, supermercados e nas principais regiões da cidade. O projeto não foi incluído na sessão ordinária da Câmara de Marília desta segunda (14), mas pode ser votada durante extraordinária. Para a MATRA, faltou um maior debate sobre o assunto e, além disso, uma eventual concessão à iniciativa privada poderia repetir o exemplo do poço "Águas de Marília": ao final do contrato, o valor que a Prefeitura estará pagando daria para perfurar 10 poços profundos semelhantes. 

Na foto, morador lê o panfleto.  Maioria da população está indignada.

A MATRA reproduz a entrevista concedida pelo nosso diretor, Carlos Rodrigues da Silva Filho, ao jornal "Correio Mariliense":

CONTRA
Decisão é importante demais
para ser tomada às pressas

O representante da Matra, Carlos Rodrigues, condena a concessão não por ser a única alternativa, mas por ser muito importante e envolver um alto custo, e por isso a decisão não deve ser tomada às pressas sem que se discuta e levante todo o risco que possa envolver a população. Para ele, a medida é temerosa demais para colocar a população em risco de assumir a entrega de um serviço público essencial nas mãos da iniciativa privada.

Rodrigues lembra que há dois anos a Matra vem questionando as obras do esgoto, as faltas de pagamento, as chances de criar este impasse que se formou, bem como denunciando suas suspeitas na aplicação deste projeto. “Estamos acompanhando há anos a obra, a Prefeitura não honrou com o projeto e agora afirma que a única saída para o impasse é a privatização”.

A Matra acredita que se a Prefeitura fosse zelosa com este projeto desde o início poderia ter evitado este impasse e já resolvido a questão, sem necessidade de concessão. Para a entidade, entregar para a iniciativa privada o que é da população é condenável, é prejudicial e só em última análise, após esgotadas todas as polêmicas, se poderia colocar o assunto em questão.

O representante destaca que a falta de transparência, de envolvimento da população nas decisões, da experiência mal sucedida de concessões anteriores geram desconfiança e suspeição sobre a nova proposta milagrosa da Prefeitura, de solucionar o problema do esgoto com a iniciativa privada. “Na dúvida, o bom senso pede a calma, na incerteza, a não atitude, o que queremos é discutir, tornar transparente o que está acontecendo”.

Para ele, uma Prefeitura com meio bilhão de orçamento por ano não pode ser tão deficitária a ponto de não concluir um projeto destes, mesmo que seja de elevado custo. “Por tudo que já aconteceu neste projeto, desde 2003 até agora, o que parece é apenas ingerência, má utilização dos recursos públicos e nada foi justificado de forma convincente, que não havia possibilidade de se cumprir com o projeto. Como podemos acreditar que irá cumprir com uma concessão que não explore e prejudique a população?”

Rodrigues, aliás, pede que a população pressione os vereadores a recusar a proposta desde já, impedindo nesta semana a aprovação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica que autoriza a Prefeitura a colocar em concessão um serviço público essencial.
A Matra chegou a produzir um material com seus argumentos que condenam a “privatização” (na verdade concessão ou empréstimo à iniciativa privada) do esgoto.

Rodrigues acredita que a cidade já não aceita mais explicações simplistas, que está cobrando cada vez mais de seus governantes. “A população já não aguenta mais desculpas e armações, quer ser governada de forma transparente, por políticos que defendam o bem público de forma transparente, equânime, que aceite o ônus e o bônus da distribuição dos deveres de uma administração. Uma Prefeitura bem administrada pode conseguir fazer muita coisa e fica difícil de acreditar que não houve condições de honrar com o projeto inicial do esgoto. Falta clareza, falta transparência e não devemos continuar nos arriscando e pagando caro pela omissão. Por isso, somos contra a privatização às pressas do esgoto da cidade”.
 

Na foto, diretores da MATRA se reúnem antes de inicial a entrega de panfletos no centro da cidade.

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