Matra fornece documentos a instituto que pediu impugnação da candidatura de Alexander Mognon à presidência da Apeprem

A Matra enviou ao Presidente do IPMO (Instituto de Previdência do Município de Osasco), Francisco Cordeiro da Luz Filho, documentos demonstrando que Alexander Mognon não chegou a ocupar cargo em comissão no Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília), condição que o beneficiou para ser indicado para a Presidência da Apeprem (Associação Paulista de Entidades de Previdência do Estado de São Paulo) – gestão 2013-2015.

 Para ocupar a presidência da associação era necessário que Mognon ocupasse algum cargo público, daí a sua nomeação em agosto de 2013 para o cargo em comissão de Coordenador de Gabinete do Daem. Por isso, a Matra enviou ofício à Autarquia em outubro do ano passado questionando  se o servidor estava cumprindo com o seu trabalho, já que, segundo denúncia, ele nunca teria assumido a função.

 Em resposta, o Diretor Executivo do Daem, João Carlos Polegato, disse que “o referido servidor não entregou a documentação exigida para regularizar sua nomeação, motivo pela qual não recebeu nenhuma remuneração da Autarquia”. Ou seja, Mognon não chegou a assumir o cargo, por isso foi exonerado da função em dezembro de 2013.

Como não chegou a ocupar o cargo público, Mognon não poderia continuar na condição de presidente da Apeprem. A impugnação de sua candidatura ao cargo já havia sido pedida pelo IPMO. Por isso, a entidade enviou novas informações para o instituto.

“Diante desse ‘fato novo’, que torna írrito o fundamento invocado pela Comissão Eleitoral para negar provimento à impugnação ofertada pelo IPMO à candidatura do Sr. Alexander Mognon, afigura-se juridicamente possível revolver a matéria objeto da impugnação, em ordem a rediscutir a elegibilidade daquele candidato”, afirma o requerimento da Matra.

A partir dessas informações a Matra espera que o IPMO volte a questionar a candidatura de Mognon.

ENTENDA –Durante um bom tempo a Matra divulgou informações sobre Alexander Mognon, suplente de vereador em São Bernardo do Campo e nomeado para exercer cargo comissionado junto ao Daem. Depois de muita insistência da entidade e da formulação de vários ofícios pedindo informações sobre seu cargo, finalmente ele foi exonerado.

A Matra denunciou Mognon várias vezes porque ele é acusado de cometer fraude na área da saúde em São Bernardo do Campo, que propôs ação civil pública contra 19 pessoas pelo desvio de R$ 112.744.733,37. Os valores teriam sido pagos pela Fundação ABC, entidade civil privada de assistência social, à empresa Home Care Medical sem a devida atestação da entrega de medicamentos. De acordo com a denúncia, Alexander Mognon, que atuou na Secretaria de Finanças daquela cidade, é um dos envolvidos no caso.

Assim, a entidade havia questionado o porquê de ele ter sido nomeado a exercer um cargo comissionado em Marília e solicitou informações junto ao Daem. Diante das denúncias de que Mognon nunca teria assumido o cargo de fato, a Matra passou a acompanhar o caso. Segundo apurou a entidade, a nomeação deste cidadão a um cargo público em Marília deu-se por indicação do deputado estadual Alex Manente (PPS), que tem sua base política em São Bernardo do Campo.

Durante as eleições municipais do ano passado, o então candidato ao cargo de Prefeito, Vinícius Camarinha (PSB), pediu ao PPS de São Bernardo do Campo para compor a chapa mariliense de seu partido, o PSB. Um acordo feito entre Vinícius Camarinha e Alex Manente garantiu o apoio político entre os partidos tanto em Marília quanto em São Bernardo.

Como Alexander Mognon, que foi candidato a vereador pelo PPS, não foi eleito, o deputado estadual Alex Manente o indicou para exercer algum cargo público em Marília. O agravante desta situação é que essa articulação política garantiu que Mognon assumisse o cargo de Presidente da Apeprem.

Ou seja, a nomeação de Mognon a esse cargo só seria possível caso ele exercesse algum cargo público. Porém, ele nunca assumiu sua função junto ao Daem.