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Ministério Público apura suposta compra de voto em Limeira

15 de fevereiro de 2012 - 09:44

O Ministério Público de São Paulo abriu investigação para apurar denúncias de suposta compra do voto de vereadores de Limeira (151 km de São Paulo) para evitar a cassação do prefeito Silvio Félix (PDT). Ele é acusado de quebra de decoro.

Segundo o promotor Luiz Alberto Bevilacqua, um telefonema e um bilhete anônimos recebidos na segunda-feira pelo Ministério Público indicaram suspeitas de oferecimento de valores de até R$ 3 milhões em troca de voto favorável a Félix. Não há indicativo de quem teria oferecido o pagamento.

A Comissão Processante da Câmara Municipal, que apura a conduta do prefeito, deve votar ainda hoje relatório que pede a cassação dele.

Félix, que está afastado temporariamente do cargo, é acusado pelos vereadores de não ter impedido um suposto esquema de lavagem de dinheiro em empresas de sua mulher e filhos, investigados pelo MP em outro inquérito. O vice-prefeito de Limeira, Orlando Zovico (PDT) assumiu a prefeitura interinamente.

O vereador Antonio Braz do Nascimento, o Piuí (PDT), é membro da comissão e foi mencionado no bilhete recebido pelo Ministério Público. Ele não retornou a quatro recados deixados em seu gabinete na tarde de hoje.

Segundo o bilhete recebido pelo Ministério Público, Piuí seria sócio de uma empresa de segurança que está em nome de parentes e tem "indícios de contratação com o poder público", segundo consta no protocolo de instauração de inquérito do órgão.

Bevilacqua pretende ouvir todos os vereadores na próxima quarta-feira. "Há suspeita de obtenção de vantagens indevidas com interferência no processo de cassação. Temos obrigação de ouvi-los", disse o promotor.

RELATÓRIO

O relator da Comissão Processante que apura a conduta do pedetista, Ronei Martins (PT), pediu a cassação de Félix no relatório final apresentado hoje.

Segundo ele, há evidências de ligação do pedetista com as empresas que cometeram irregularidades como "possíveis fraudes de notas fiscais".

Se aprovado pelos outros quatro integrantes da comissão, o relatório irá a votação dos 14 vereadores em uma próxima sessão, ainda não marcada. Se houver dez ou mais vereadores favoráveis, Félix é cassado.

DEFESA

Um dos advogados de Félix, Reynaldo Cosenza, disse que não houve compra de votos e que irá pedir a suspensão da sessão em que o relatório será votado.

"Os vereadores estão sofrendo coação, quer dizer: ou vota contra o prefeito, ou vai ser processado por ter vendido o voto, mesmo sendo inocente", afirmou.

Ele disse que pretende acionar a Justiça para anular a cassação, caso ela ocorra nessas condições.

Para Cosenza, o prefeito comprovou que não houve irregularidade na atuação das empresas da família.

Fonte: Folha de São Paulo – 14/02/2012

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