Notícias

Busca

MATRA

Ministério Público denuncia Joaquim Roriz por improbidade administrativa

14 de abril de 2010 - 00:00

O núcleo de combate às organizações criminosas do Ministério Público do Distrio Federal apresentou hoje ação contra o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que lidera as pesquisas para a eleição deste ano. Roriz é acusado de improbidade administrativa e o valor da causa é de R$ 223 mil. Além de Roriz, responde à ação o empresário Nenê Constatino. Na semana passada, Roriz se antecipou e abriu escritório político com vistas na eleição de outubro.

A ação da Promotoria é a primeira denúncia formal contra Roriz após a deflagração da operação Aquarela, que investigou um suposto esquema de desvio de dinheiro do Banco Regional de Brasília. A Polícia Civil do DF flagrou uma conversa na qual Roriz e o ex-presidente do banco tratavam da divisão de R$ 2,2 milhões.

Na conversa, Roriz cita um depósito de R$ 200 mil. Ele afirma que o dinheiro é resultado de uma negociação com o empresário Nenê Constatino para a compra de uma bezerra.  O escândalo aconteceu em 2007, seis meses após o ex-governador do DF assumir vaga no Senado. Com as denúncias, Roriz renunciou ao cargo.

A Justiça quebrou o sigilo bancário de Roriz e dos outros envolvidos no caso. Todos negam que desviaram dinheiro público. O assessor de imprensa de Roriz, Paulo Fona, afirmou que é "estranho" que o Ministério Público apresente esta ação em ano eleitoral. "É estranho que o Ministério Público demore três anos para concluir que houve um suposto crime de improbidade coincidentemente em ano eleitoral. É estranho também porque não havia nenhuma relação hierárquica entre o então senador e o presidente do Banco", afirmou.

Segundo o assessor, a ação de improbidade administrativa não caberia porque a operação realizada pelo ex-governador não trouxe prejuízo aos cofres públicos. "Não houve prejuízo ao erário público, nem administrativamente porque o cheque foi pago. Poderia haver um crime se o cheque não tivesse fundo, mas esse não é o caso", disse.

Roriz aparece na última pesquisa Datafolha com 44% dos votos, feita após a operação Caixa de Pandora, que investiga o mensalão do DEM. O ex-governador foi padrinho político de José Roberto Arruda (sem partido), governador cassado do DF e acusado de chefiar o esquema de arrecadação de propina. Com a crise no DF e a queda de Arruda, Roriz tornou-se o favorito para concorrer ao governo distrital.
 

Fonte: Folha On Line

Comentários

Mais vistos