MP pede bloqueio de bens de Herval e Toshitomo
Justiça aceitou denúncia do Ministério Público contra um vereador de Marília (SP) e um ex-funcionário da Câmara, envolvidos em esquema de suposto desvio milionário dos cofres públicos do Legislativo. Em dois anos, eles teriam se apropriado ilegalmente de R$ 4,8 milhões. O Ministério Público pediu o bloqueio de bens do vereador Herval Rosa Seabra (PSB), e do ex-diretor da Câmara, Toshitomo Egashira.
O esquema, relatado pelo MP no processo com mais de duas mil páginas, surgiu da facilidade que os dois investigados tinham em movimentar as contas bancárias da Câmara durante os anos de 2001 e 2002. Em 309 ocasiões, eles teriam desviado dinheiro em proveito próprio.
Dos R$ 4,8 milhões, apenas cerca de R$ 1,7 milhões foram devolvidos. O rombo nas contas ultrapassa os R$ 3 milhões. De acordo ainda com o MP, ao fazer o pagamento de uma determinada despesa da Câmara era acrescida ao cheque uma quantia bem superior. Em um dos casos que constam do processo, ao pagar uma conta de telefone de R$ 133, o cheque do Legislativo foi preenchido com o valor de R$ 3.133 mil.
Segundo a investigação, em algumas ocasiões, a diferença entre o valor real da conta e o do cheque chegava a R$ 60 mil. Com base nos laudos de peritos contábeis da polícia, o Ministério Público Estadual considerou o número de provas suficientes e pediu à Justiça que condene Herval Seabra e Toshitomo Egashira por desvio de dinheiro público dos cofres da Câmara.
O vereador Herval Rosa Seabra não havia sido encontrado até o final da tarde desta quinta-feira para falar sobre o suposto desvio. Já o ex-diretor da Câmara, Toshitomo Egashira, disse por telefone que não foi notificado sobre o conteúdo da ação e que não vai se manifestar sobre o caso.
