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MPF afirma que Paulo Roberto Costa pode ter outras contas no exterior

13 de junho de 2014 - 10:49

O Ministério Público Federal do Paraná acredita que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, tem mais contas bancárias em outros países, além das identificadas na Suíça e que ocasionaram sua prisão. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, há fortes indícios de que ele possua contas em outros países, principalmente da Europa.

— Soubemos da conta na Suíça no dia 26 de maio, primeiro em uma comunicação informal e depois em uma informação formal das autoridades suíças à Procuradoria Geral da República. A Suíça comunicou a existência dessa conta de forma espontânea, não sabemos os detalhes, mas acredito que isso ocorreu após o Coaf, órgão federal de controle de lavagem de dinheiro, ter informado do caso no sistema internacional contra esse tipo de crime — afirmou o procurador, que faz parte da força-tarefa da Operação Lava Jato, retomada hoje após o processo voltar do Supremo Tribunal Federal pra Curitiba.

Carlos Fernando Lima, também procurador, explicou que as contas estão em nome de empresas offshore tendo Paulo Roberto, seus familiares e um funcionário do doleiro Alberto Youssef como beneficiários. No total, foram encontrados U$$ 23 milhões nas contas de Paulo Roberto e U$$ 5 milhões nas contas de suas filhas, genros e um funcionário de Youssef. De acordo com Lima, a descoberta irá gerar novas investigações sobre lavagem de dinheiro e os parentes do ex-diretor.

— Essa situação, muito provavelmente, vai gerar novas denúncias contra essas pessoas, mas o pedido da prisão delas ainda é uma questão a ser analisada de acordo com a conveniência dos fatos. Isso não está previsto no momento — revelou.

Procurada pelo GLOBO no Rio, a filha de Paulo Roberto Costa, Shanni Azevedo Costa Bachmamn, não quis comentar sobre a existência das contas no exterior.

O procurador Andrey de Mendonça, também da força-tarefa, afirmou que o novo pedido de prisão ocorreu para evitar uma fuga de Paulo Roberto. Andrey temia que se repetisse o caso Pizzolato, que fugiu do país mesmo já tendo entregue os passaportes à Justiça, quando foi decretada sua prisão no caso do mensalão.

— O Supremo determinou a soltura de Paulo Roberto pela questão da competência de foro. O Supremo nunca afirmou que a prisão era desnecessária. Agora que o caso volta ao Paraná, os motivos que levaram a sua primeira prisão voltam com força e com dois novos fatos: a existência das contas no exterior e os indícios de que Paulo Roberto poderia fugir do país — disse.

O outro representante do Ministério Público, Dallagnol, lembrou ainda que Paulo Roberto omitiu a posse de um passaporte português por uma semana e só entregou o documento quando O GLOBO noticiou sua existência. O procurador relatou que caso Paulo Roberto saísse do Brasil de forma ilícita e fosse a Portugal, onde tem cidadania, dificilmente seria extraditado, como ocorre com Pizzolato.

Os procuradores analisam mais de 80 mil documentos e, segundo eles, apenas 10% já foram averiguados. Dessa forma, eles não descartam a ampliação do número dos réus na medida em que eles forem analisados. A força-tarefa, que já denunciou 45 réus, tem previsão de funcionamento durante 5 meses, mas pode ser estendida. Paulo Roberto Costa deve chegar em Curitiba por volta das 13h dessa quinta-feira.

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