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MPF recomenda 47 anos de prisão a doleira que atuava com Yousseff

30 de setembro de 2014 - 00:03

O Ministério Público Federal no Paraná defendeu, em parecer enviado nesta quinta-feira (25) à 13ª Vara Federal de Curitiba, que a doleira Nelma Kodama, presa desde março em decorrência da Operação Lava Jato, seja condenada a 47 anos e 15 dias de prisão por sete crimes, entre eles lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ela é acusada de atuar em parceria com o doleiro Alberto Yousseff e outros suspeitos no suposto esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de  R$ 10 bilhões.

OPERAÇÃO LAVA JATO: PF investiga lavagem de dinheiro.

O MPF requer ainda a prisão de outras sete pessoas que teriam participado do esquema, entre eles um funcionário do Banco do Brasil. A  defesa dos acusados terá 15 dias para apresentar suas alegações finais. Após o recebimento dos documentos, o juiz Sérgio Moro poderá julgar o caso.

A ação contra Nelma Kodama é a que se encontra em estágio mais avançado dentre as oito ações relacionados à Operação Lava Jato que tramitam na Justiça. Conforme o parecer do MPF, a doleira chegou a tentar fugir ao saber que estaria sendo investigada pela Polícia Federal. Ela foi presa no dia 14 de março, quatro dias antes da Operação Lava Jato, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos na calcinha.

Dias antes de tentar ir para a Europa, em conversa telefônica com Yousseff gravada pela polícia e transcrita nas alegações finais do MPF, a doleira chegou a sugerir a utilização de um helicóptero para a fuga.

De acordo com o documento do Ministério Público, assinado pelos procuradores Antonio Carlos Welter e Diogo Castor de Matos, Nelma Kodama era uma das líderes da organização criminosa que realizava lavagem de capitais a partir de casas de câmbio. Conforme os procuradores federais, a doleira depositava dinheiro de clientes em contas que controlava, em nome de laranjas, muitas vezes com depósitos em espécie em valores acima de R$ 100 mil.

VALE ESTA 2 arte youssef lava jato (Foto: Editoria de Arte/G1)

O dinheiro transitava entre várias contas até chegar a empresas que simulavam operações de importação. O objetivo era ocultar a origem ilícita dos recursos. “A soma da movimentação financeira de suas empresas de fachada teria atingido, segundo comunicações do Conselho de Controle de Atividades Financeira, cerca de 103 milhões de reais só entre 2012 e 2013”, relata o Ministério Público na manifestação enviada à Justiça Federal.

Ao pedir a condenação de Nelma e outros sete acusados de integrar o esquema de lavagem de dinheiro, o MPF disse que os crimes foram praticados com a intenção de buscar “lucro fácil” e contou com a corrupção de funcionários públicos.

“As circunstâncias do crime são fortemente negativas, tendo em vista a utilização de complexo esquema criminoso, qual seja, a engenhosidade nos artifícios utilizados na prática delitiva”, afirmaram os procuradores.

Operação Lava Jato
A operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) em março, no Paraná, em São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso.  Ao todo, mais de 40 réus respondem a processo, conforme a Justiça Federal do Paraná. O grupo teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões por meio de lavagem de dinheiro. Alberto Youssef está preso desde 17 de março e é apontado como um dos cabeças do esquema.

Nesta semana ele fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público e irá denunciar o funcionamento e integrantes da organização criminosa em troca de redução da pena e da possibilidade de responder a processo em liberdade.

Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, também está entre os presos e é acusado de integrar um esquema de pagamento de propina em contratos de empresas com a estatal. Ele fez acordo de delação premiada e presta depoimentos desde o início do mês. A expectativa é de que seja solto na próxima segunda-feira (29) para permanecer em prisão domiciliar enquanto não for julgado pela Justiça Federal do Paraná.

Fonte: G1

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