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O imbróglio Daem

17 de março de 2014 - 09:21

Charge publicada na edição de 16/03/2014 do Jornal da Manhã

(Editorial do Jornal da Manhã – 16/03/2014)

Atenção senhores vereadores, a segunda-feira promete ser tensa aí na Câmara Municipal. Há alguns dias uma comissão de servidores do Departamento de Água e Esgoto de Marília – Daem – vem se mobilizando para realizar uma ação de protesto contra a terceirização da autarquia. Não se trata de baderna, mas de um protesto legítimo pela defesa dos interesses dos servidores do Daem. Não é de hoje que paira no ar a possibilidade de privatização da autarquia, que já foi modelo de atendimento à população por várias décadas. Agora anda mal das pernas, com sérios problemas no abastecimento de água por toda a cidade. Mas isso por má administração e parece que não há boa vontade para consertar a situação, preferindo lavar as mãos.

O problema é que a Prefeitura Municipal é a principal devedora, com dívida que ultrapassa os 30 milhões de reais. Isso é uma prova da falta de competência administrativa dos últimos prefeitos. A autarquia está avaliada em R$ 400 milhões e há o interesse da Construtora OAS em entrar na licitação para compra do Daem. É preciso lembrar de que há um processo burocrático intenso que exige inclusive a licitação. Mas tem muita gente desconfiada que tudo está direcionado para a OAS, que já venceu a licitação das obras de afastamento e tratamento do esgoto na cidade, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC – no valor de R$ 103 milhões.

Não se pode esquecer de que o Daem é patrimônio da cidade e a sociedade precisa ser consultada em caso de uma provável privatização ou venda da autarquia. Nada pode ser feito por debaixo dos panos e a comunidade exige clareza nas ações, inclusive por parte dos senhores vereadores, cuja maioria diz amém ao prefeito Vinícius Camarinha. Nos últimos dias a direção do Daem e a administração municipal têm feito de tudo para abafar a possível manifestação de protesto marcada para esta segundafeira. Pode ser até que não aconteça, mas a insatisfação é visível e se servidores municipais realmente forem à frente da Câmara Municipal par o protesto é preciso que os vereadores não fujam e nem chamem a polícia para sua proteção.

É muito importante ouvir os servidores, pois afinal de contas os senhores foram eleitos pelos votos de muitos deles e chegou a hora de lhes dar atenção, como representantes da população. Aliás, a população de Marília está atenta a tudo, de olho nesse imbróglio do Daem. Afinal de contas, uma venda ou terceirização dos serviços no Daem pode significar aumento de tarifas para a comunidade. Todo cuidado é pouco!

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