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OAB pede que presidente do TCU seja investigado pela Procuradoria

03 de fevereiro de 2011 - 17:19

Por suspeitar de possíveis irregularidades na atuação do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Benjamin Zymler, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu ontem que ele seja investigado. O pedido foi entregue ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Além disso, a OAB também pediu, em ofício ao TCU, pela revogação da resolução interna do tribunal que abre espaço para viagens dos ministros aos seus Estados de origem nos finais de semana e feriados, como resultado de denúncias divulgadas no mês passado pela Imprensa.

Reportagens veiculadas na semana passada revelaram que Zymler ainda ministra palestras em entidades e órgãos públicos submetidos à fiscalização do próprio TCU. Por esse tipo de servido ele teria recebido pelo menos R$ 228 de 2008 a 2010.

Ainda conforma reportagem veiculada ontem, o presidente do TCU foi relator de seis procedimentos e participou de ao menos cinco julgamentos de processos de interesse dos contratantes. No entendimento da OAB, apesar de a Constituição garantir a livre expressão da atividade intelectual, é preciso analisar se essa "estrita relação", não representa impedimento.

"Ao TCU não deve pairar quaisquer dúvidas a respeito de sua lisura, ética e moralidade na defesa da coisa pública", afirma o presidente da OAB, Ophir Cavalcante. À reportagem da Folha de São Paulo, Zymler disse que não houve "conflito de interesses" nos casos em que atuou no tribunal após proferir palestras.

Outro questionamento da OAB é a resolução interna do TCU que permite uma brecha para que os ministros do órgão estiquem seus fins de semana e feriados para períodos de cinco dias ou mais. O TCU editou, em 2009, uma resolução interna que estabelece cota anual de passagens que varia de R$ 14 mil a R$ 43 mil para 20 autoridades (ministros, ministros-substitutos, subprocuradores e procuradores junto ao TCU). Para usar a cota, basta uma requisição do gabinete.

Na avaliação do presidente da OAB, a medida fere o princípio da moralidade. "A resolução revela-se incompatível com a ética e a moralidade públicas, não sendo razoável que elevado percentual dos deslocamentos realizados por integrantes dessa Corte tenham sido efetuados a seus estados de origem."

Segundo Cavalcante, o próprio tribunal já definiu que "a autorização reiterada de viagens em fins de semana e feriados, sem a devida justificativa, para locais de origem do servidor público não atende o interesse público e da administração".

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