Notícias

Busca

MATRA

Observatório da Gestão Pública: “Vox Populi, Vox Dei”

09 de novembro de 2011 - 13:18

Avaliação da Administração Bulgareli-Toffoli e Projeções das Tendências Políticas e Eleitorais para 2012 em Marília

O eleitor médio mariliense tem e retêm muito pouca informação sobre o que ocorre no cotidiano da política local. Logo, na hora da escolha eleitoral ele tende a obedecer à racionalidade de grandes emblemas, votando naqueles políticos capazes de forjá-los e traduzi-los em símbolos genéricos condensados e muito simples, sem grande elaboração, mas que convergem com as expectativas futuras da opinião pública. A motivação central para que as coisas sejam assim é a baixa qualidade da mídia, a qual descumpre sua função social de informar com qualidade (Para aprofundamento desse assunto ver o documento Radiografia dos Gastos Públicos com a Mídia na Cidade de Marília em 2010).

Esta constatação faz das pesquisas de opinião matéria-prima essencial na disputa política. Portanto, realizá-las e analisá-las adequadamente permite-nos encontrar as regularidades internalizadas na cabeça de cada cidadão e futuro eleitor. Baseado nelas é que se elaboram os grandes emblemas, os símbolos genéricos, os quais combinados a uma estratégia de campanha e uma linha de comunicação efetiva com o povo conduzirá o candidato à vitória. Como diz o ditado: “VOX POPULI, VOX DEI” (Tradução do Latim: “A Voz do Povo é a Voz de Deus”).

É válido ressaltar também que a cabeça do eleitor é lógica, sendo improvável ludibriá-la. Deve-se compreendê-la e adaptar a campanha a sua vontade soberana. Do contrário, a derrota será certa e líquida. Ser jovem não é o mesmo que ser novo. Mudar de partido não extingue passado duvidoso! E assim por diante.

Nessa perspectiva, vamos analisar uma série de dados recentes que nos auxiliarão na descoberta das regularidades internalizadas na cabeça do cidadão mariliense, a partir das quais ele decidirá sobre o seu voto nas eleições municipais de 2012.

O primeiro conjunto de dados analisados trata-se da Avaliação da Administração Bulgareli-Tóffoli. Para 0,74% dos marilienses a administração municipal está ótima; para 7,39% está boa; para 23,89% ela está regular; já para 15,02% está ruim; e para 51,23% está péssima. A definição de avaliação positiva é a soma percentual das alternativas ótima e boa. Já a definição de avaliação negativa é a soma percentual das alternativas regular, ruim e péssimo. Dessa maneira, 15,76% dos cidadãos avaliam positivamente a Administração Bulgareli-Tóffoli. Enquanto 90,14% dos marilienses avaliam negativamente a administração Bulgareli-Tóffoli. Uma marca inédita no país.

A experiência histórica tem demonstrado ser quase impossível governos que têm avaliação negativa acima de 40% reeleger seu sucessor. Ainda mais se há opções de qualidade na oposição. E mesmo que não haja, a maioria da população tende a votar naqueles que incorporem o discurso malufista famoso do “Rouba, mas faz”. Principalmente, se houver no pleito eleitoral candidatos com esse recall histórico. E, infelizmente, temos! Mas, na verdade, esse tipo de político “faz para roubar”. Visto que no setor público nosso dinheiro só pode ser gasto com a existência de contratos de compra de serviços ou execução de obras. Tem político que prefere comprar serviços que não dão visibilidade, mas também dá menos trabalho. Enquanto outros preferem fazer obras que dão visibilidade, posição privilegiada na próxima eleição e oportunidades para roubar. Essa é a fórmula. Então, o discurso “Rouba, mas faz” é apenas uma falácia de políticos profissionais para ludibriar eleitores desatentos.

Quando a população é indagada sobre sua avaliação da administração Bulgareli-Tóffolipor áreas do setor público, na Saúde a avaliação é ótima para 0,25%; boa para 10,59%; regular para 17,24%; ruim para 15,67%; e péssima para 52,95%. Ou seja, para 85,86% dos marilienses, a Saúde vai muito mal na nossa cidade, enquanto 10,84% considera que tudo vai bem. Reflexo da falta de remédios, de atendimento decente, de pagamento adequado dos profissionais da área de saúde, entre outros fatores.

No tocante à Educação é ainda mais espantoso. Porque há uma crença local de que este era um setor sem maiores problemas. Engano nosso. Para 1,48% da população de Marília a Educação é avaliada como ótima; 21,18% a avalia como boa; 25,12% como regular; 14,04% como ruim; e 30,05% como péssima. A avaliação é negativa para 69,21% dos marilienses e positiva para 22,66%. Em grande parte esse resultado é fruto dos escândalos envolvendo a merenda escolar. Os resultados recentes e positivos doIdeb(Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para a cidade de Marília nesse ano é mais resultado do trabalho e do empenho dos professores e servidores municipais, os quais buscam por si mesmos se capacitarem e implantarem projetos inovadores extra-classe, do que da política pública da Educação da nossa cidade. Mas, obviamente, que a politicalha está aproveitando da situação e surfando na onda. Mas a verdade do que o povo acredita mesmo está na figura abaixo:

A política pública de Água e esgoto também vai de mal a pior, segundo a opinião do povo de Marília: 0,74% da população de Marília a avalia como ótima; 14,53% como boa; 19,46% como regular; 18,47% como ruim; e 43,60% como péssima. 81,53% da população avalia negativamente este setor, enquanto 15,27% avalia positivamente. Essa fatura vai para a conta do DAEM gerenciado pelo vice-prefeito TicianoTóffoli do Partido dos Trabalhadores.

Já a política de Transporte do Governo Bulgarelli-Tóffoli, segundo a opinião pública mariliense, também é sofrível. Para 1,23% da população ela é ótima; 16,99% boa; 22,66% regular; 16,25% ruim; 33,74% péssima; e 9,11% não sabe/não opinou. Em miúdos, 18,22% avaliam positivamente a política de Transporte, enquanto 72,5% avaliam negativamente. Certamente, esse índice de avaliação negativa é decorrente do excesso de crateras que cobrem a cidade inteira, além, obviamente, da novela em relação à concessão do serviço de transporte público na cidade que, atualmente, está indefinida perpetuando uma oferta de qualidade excessivamente duvidosa.

Em relação a política pública de Moradia, 0,74% dos moradores de Marília considera-a ótima; 17,73% boa; 26,35% regular; 17,24% ruim; 25,36% péssima; enquanto 12,56% não sabe/não opinou. As avaliações positivas são de 18,47%, enquanto as negativas são de 68,95%. Certamente, esses índices são decorrentes da falta de entrega na nossa cidade de moradias populares, algumas delas já prontas, mas que a entrega fica a mercê do calendário eleitoral e das vontades da politicalha de plantão.

Este conjunto de dados demonstra que para quem pretende e precisa fazer seu sucessor por questões de sobrevivência política e jurídica, seja qual for o candidato, a coisa está preta. E o tempo para reação está curto. Principalmente porque o candidato da máquina, ainda que tenha grande força material, estará simbolicamente atrelado as avaliações negativas demonstradas acima.

Simultaneamente a isto, há outro conjunto de dados, como veremos abaixo, que demonstra que a população de Marília quer mudança, rompimento mesmo com o status quo. Ela já não aguenta mais os resultados de longo prazo do jeito de fazer política instalado e perpetuado na cidade nos últimos 25 anos. Parte do tempo sob a liderança de Abelardo Camarinha outra partede Mario Bulgareli, cria e criatura, mestre e aprendiz, ambos em perfeita sintonia política e ética-moral, são os responsáveis diretos pela má gestão, o coronelismo político, o achaque econômico e social de empresas e cidadãos, as instituições públicas viciadas e inoperantes e, sobretudo a teia de corrupção com os recursos públicos que assolam nossa querida cidade.

A sede por mudança no meio popular é tanta que ao ser indagado sobre o tamanho do seu interesse nas eleições de 2012, 27,10% dos eleitores afirmam ser grande, 23,40% médio, 11,10% pequeno, 35,71% nenhum interesse e 2,71% não opinou. Para uma eleição que ocorrerá daqui um ano, a cifra de 50,5% de eleitores com interesse grande e médio é um indicativo inequívoco de que a população mariliense está mais atenta a notícias relacionadas com a Política local. O povo está prestando mais atenção no jogo político. O que é inédito e muito bom.

Já 49,5% dos eleitores marilienses afirmam desejar votar em um político que represente uma atualização da política local. 27,10% desejam votar nos mesmos políticos; 21,42% talvez votariam na novidade; enquanto apenas 1,97% não votaria de maneira alguma em uma novidade política. 70,92% dos eleitores estão propensos a votar na atualização de políticos e na forma de fazer Política na nossa cidade.

Indagado sobre as três características principais que o eleitor gostaria que o próximo prefeito de Marília tivesse, 50,98% responderam que ele deve ser honesto; 33,74% que ele seja competente; 28,57% que ele seja responsável; 22,4% que ele tenha compromisso; 21,92% que ele seja transparente; 19,5% que ele seja ético; 11,33% que ele tenha coragem; 9,33% que ele tenha experiência, etc. O recado está dado: chega das raposas e dos coronéis da política local. Ainda que experientes, eles não possuem as virtudes necessárias para exercer o cargo de prefeito de Marília a partir de 2013.

Sobre a importância do partido político na escolha do candidato que irá votar, 48% do eleitor considera relevante, enquanto 49,3% não considera relevante e somente 2,7% não soube opinar sobre a questão. Em síntese, antes do partido, o eleitor mariliense irá votar nas qualidades individuais do candidato e nos valores cultivados por ele e seu grupo de apoio. O que torna a escolha do vice-prefeito de suma importância.

No tocante à intenção de votos nos vereadores, 10,84% dos eleitores possuem candidatos já definidos. 89,16% não têm candidatos definido.

30,78% dos eleitores avaliam a atual Câmara de Vereadores como péssima; 30,29% avaliam como regular; 17,98% avaliam como ruim; 13,54% não sabe/não opinou; 6,9% considera a atual Câmara como boa; e 0,5% avaliam a Câmara como ótima. Como já indicamos acima, o índice de avaliação negativa é a soma de regular, ruim e péssimo. No caso da atual legislatura da Câmara de Vereadores de Marília, 79,05% dos eleitores têm uma avaliação negativa dela. Apenas 7,4% da população avalia a Câmara positivamente. A reação da maioria dos vereadores a estes dados foi votar na calada da noite, em seção extraordinária do dia 05 de setembro de 2011, à favor do aumento de 13 para 21 cadeiras na Câmara de Marília para a próxima legislatura. 9 vereadores votaram à favor do aumento: Yoshio, Gobeti, Herval, Gimenes, Cesar da ML, Pedro do Gás, Marcos Custódio, Donizete Alves e Albuquerque. E apenas 4 vereadores votaram contra o aumento: Coraíni, Damasceno, Júnior da Farmácia e Nascimento.A motivação dos vereadores para votar a favor desse aumento foi só uma: defender a sobrevivência própria, o auto-interesse, o umbigo próprio. Eles só pensaram neles. Em momento algum, nenhum deles pensaram na sociedade e nos custos que vamos ter que suportar derivado desse aumento. Na cabeça deles, com mais cadeiras em disputa maiores serão suas chances de reeleição. Nada mais. Simples assim.

E parece que na lógica deles estão certinhos, eles têm razão para se preocuparem. Porque o conjunto de dados analisado acima é claro: a Opinião Popular de Marília pretende dar um chega, um basta nisso tudo que está aí há 30 anos. Elegendo na próxima eleição gente nova (e não é de idade) para gerenciar a Prefeitura Municipal no período de 2013 a 2016. Mudar esse quadro é possível. Só que à base da combinação de muito dinheiro, pirotecnia de marketing político (enganação) e, principalmente, muita boa vontade do poder Judiciário mariliense que deverá se automutilar, fingir de cego para não punir ninguém devido à campanha eleitoral antecipada que está acontecendo.

Por fim, cabe ressaltar que esperamos que a divulgação desses dados poderá servir para auxiliar a população a realizar uma escolha de governantes de maior qualidade que sejam capazes de proporcionar ao conjunto da população uma gestão honesta, transparente, inteligente e eficiente, permitindo a cada um de nós usufruir coletivamente das riquezas da Nossa Marília.

Fonte: Observatório da Gestão Pública/Marcelo Fernandes

Comentários

Mais vistos