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Onde estão os nossos parques?

15 de setembro de 2014 - 09:41

Passear, se exercitar, usufruir da natureza… Já passou da hora de o mariliense ter espaços públicos de qualidade

praça

A praça Maria Izabel é um exemplo de espaço público que precisa passar por um processo de revitalização.

Em Marília tem sido constante o anúncio de obras de revitalização dos espaços públicos. Mas o que podemos ver é somente a pintura de guias, poda de árvores, plantação de grama e melhorias na iluminação. Não que isso seja algo ruim, pelo contrário. Contudo, essas ações se caracterizam como manutenção. Revitalização significa algo mais abrangente.

Revitalização deve ser entendida em um sentido mais amplo, com investimentos em planejamento que deve focar desde uma praça local, até o sistema de áreas públicas total da cidade por meio de projetos que repensem nossas áreas verdes.

Essa forma de atuação – limpeza, corte de árvores, pintura de guias, plantação de grama e troca de iluminação – apenas mantém o projeto anterior, não trazendo uma remodelação profunda que qualifique esses espaços. Podemos citar como exemplo o rotineiro corte de árvores na cidade, o que prejudica o conforto térmico, pois há cada vez menos sombras, além do prejuízo da estética dessas áreas.

O simples corte das árvores transforma as áreas públicas em espaços mais iluminados, porém mais áridos. Em relação ao problema social, esta também não é uma solução, pois as pessoas em condições de rua deverão ter uma abordagem social-acolhedora. Além disso, com a extinção das árvores sombreiras, ninguém poderá usufruir desses espaços, uma vez que tais intervenções comprometem a qualidade urbanística.

Os espaços públicos urbanos, que são as praças, os parques, os bosques, as pistas de cooper, etc, são espaços livres, ou seja, abertos a todos. Isso significa que todos têm o direito de ocupar e utilizar esses lugares. Isso também é cidadania.É preciso entender que todos os moradores da cidade têm o direito de frequentar espaços de lazer gratuitos, o que é muito diferente dos espaços coletivos privados, como os shoppings, os quais incluem restrições implícitas sobre quem pode entrar, quando e por quê.

No caso da cidade de Marília, o descaso e negligência com que os espaços públicos são tratados já vêm ocorrendo ao longo de muitos anos. Podemos dizer que se trata de um problema crônico da cidade: a falta de espaços públicos, áreas verdes e de lazer qualificados e distribuídos em toda a cidade em acesso livre e democrático para todos os moradores. O que encontramos hoje são áreas públicas deterioradas e abandonadas onde a utilização fica inviabilizada e ainda contribuem para o aumento da falta de segurança dos moradores.

O lado bom é que em Marília já existem leis, como o Plano Diretor, que incentiva a revitalização e criação de novas áreas verdes e espaços públicos na cidade. Cabe à administração pública colocar essa pauta como prioridade e empenhar-se para a realização de tais obras. A população precisa ter consciência de que uma cidade melhor é possível e exigir que o poder público saia desse descaso generalizado.

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